Garotinho vai a Brasília pedir ajuda mas desiste das tropas

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Publicado Quarta, 14 de Abril de 2004 às 09:40, por: CdB

Na entrevista coletiva depois do encontro com o ministro da Thomaz Bastos, Garotinho afirmou que a governadora só aceitou a suposta oferta do governo federal de envio das Forças Armadas para se proteger contra eventuais cobranças de setores da população e que a situação no Rio já está controlada. Já o ministro disse que não vê necessidade da ajuda

-As Forças Armadas têm uma função constitucional e só devem ser usadas nessa função ou em medidas excepcionalistas - disse Garotinho depois da reunião com o ministro.

No entanto, no documento entregue ao ministro minutos antes, o governo do Estado reconhece a necessidade do apoio federal e até indica o número de militares necessários para o reforço do policiamento. "O governo do estado do Rio de Janeiro decide aceitar a oferta de apoio da União na cessão de parcela de suas forças militares como forma de dividir responsabilidades no âmbito da segurança pública estadual, resguardando o princípio federativo", diz o ofício assinado por Garotinho.

No mesmo texto, Garotinho indica que as tropas federais deveriam ser utilizadas para reforçar a segurança nas favelas do Borel, Complexo do Alemão, Complexo de São Carlos, Dendê, Jacarezinho, Mangueira, Complexo da Maré e Metral. "O governo do estado estima que para este apoio seja necessária uma quantidade mínima de quatro mil homens, a serem selecionados dentre os mais qualificados das tropas federais, tais como para-quedistas, forças especiais e fuzileiros navais", diz Garotinho em outro trecho do documento.

Já na entrevista, o secretário diz que o envio de tropas não é necessário. 

- Nós aceitamos aquilo que foi oferecido para que amanhã uma parcela da população não acuse a governadora de, tendo sido oferecido um reforço policial, ela ter recusado.

Irritado e aparentemente confuso, Garotinho acusou parcela da imprensa de exagerar na divulgação dos confrontos entre criminosos no Rio. O governador minimizou a violência no Rio e sugeriu que a situação não é diferente do que acontece em São Paulo. 

- Qual é o problema do Rio? E os seis que morreram ontem em São Paulo? E os dez que morrem todos os dias nas capitais? - comparou o secretário.

Garotinho ficou especialmente irritado quando foi perguntado se estaria defendendo uma intervenção também em São Paulo. O secretário disse que não e criticou o repórter. 

- Sua pergunta é muito infantil e não está à altura da sua inteligência - atacou.

Na tarde desta quarta-feira, às 17h30m, Thomaz Bastos se reúne com o presidente Lula e com o ministro da Defesa, José Viegas, e ao fim da tarde dará uma coletiva para falar sobre a posição do governo federal sobre o envio de tropas ao Rio. Ontem, o ministro disse a um grupo de parlamentares que tinha um conjunto de ações preparadas para o estado.

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