Gecex quer desamarrar os mecanismos de exportação

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Publicado Terça, 25 de Setembro de 2001 às 15:54, por: CdB

O ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, nesta quarta-feira, detalhou as medidas prioritárias e explicou como elas serão implementadas. Segundo o presidente Fernando Henrique Cardoso a Câmara de Gestão do Comércio Exterior (Gecex) funcionará nos moldes da Câmara de Gestão de Energia, para tentar estimular as exportações e salvar o balanço de pagamentos. O ministro Amaral disse que uma pesquisa realizada pela APEX levantou as principais dificuldades enfrentadas pelos exportadores. "Apontadas as dificuldades, o governo trabalhará para saná-las", afirmou o ministro. A primeira queixa se refere a crédito e financiamento. Ficou constatado que o crédito existe, mas o acesso a ele é difícil. Por isso, a Gecex trabalhará para ampliar as linhas de crédito oferecidas pelo Proex a pequenas e médias empresas. Além disso, está sendo estudada a criação de um seguro para financiamentos concedidos à exportação. Serão criadas também linhas de crédito específicas para incentivos à venda de produtos em determinados países. O segundo ponto levantado pelos exportadores foi a alta carga tributária no setor. Amaral disse que medidas já estão sendo tomadas para desonerar a exportação. Ele citou a desoneração do PIS/Cofins. A partir do dia primeiro de outubro, os empresários poderão abater o valor do PIS/Cofins pago durante a cadeia produtiva no pagamento do IPI. "Vamos verificar se a compensação está sendo feita corretamente. Atualmente há muita reclamação sobre o abatimento do ICMS", diz Sérgio Amaral. A Câmara buscará desburocratizar, simplificar e automatizar as exportações, que dependem hoje da autorização de alguns órgãos. Outra dificuldade apontada pelos empresários é o alto custo da exportação. Uma exportação de US$ 4 mil, segundo o ministro, gera custos de US$ 250. "São cobradas cerca de 15 taxas ou comissões diferentes. Vamos fazer um amplo processo de revisão desses custos". Para promover as exportações, a Gecex contratará consultores por produto e área específica para traçar estratégias de penetração. Além disso, a Câmara fará promoção e marketing dos produtos brasileiros no exterior. Algumas missões empresariais ao exterior contarão com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso. No dia 29 e 30 deste mês, Sérgio Amaral irá a Washington para inaugurar o programa Mercado e Produtos prioritários. O ministro disse que as exportações contarão com o apoio financeiro do Ministério da Tecnologia que ajudará os empresários a inovar tecnologicamente suas produções. "O ministério tem um fundo de R$ 80 milhões que trata de inovações tecnológicas, e irá disponibilizar parte desse dinheiro para os exportadores". Dentro de um mês, o governo lançará o Portal do Exportador, onde serão oferecidos serviços, com orientação, e um espaço para sugestões e críticas. "As dificuldades que forem apresentadas serão tratadas pessoalmente por mim. Vou conversar com os dirigentes de cada órgão", completa Amaral. O ministro disse que haverá um esforço orçamentário, além de recursos do Banco do Brasil e do BNDES, para a implementação do programa de incentivo às exportações, mas não revelou de quanto será. Ele afirmou que a Camex continuará existindo e definindo as políticas de comércio exterior. "A Gecex implementará essas políticas por meio de resoluções".

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