O presidente do PT, José Genoíno, disse nesta quarta-feira que os três deputados do partido que votaram contra a reforma da Previdência, Luciana Genro (RS), João Batista de Araújo, Babá (PA) e João Fontes (SE), estão praticamente fora do partido. Segundo Genoíno, a aprovação da proposta de reforma previdenciária, em primeiro turno, na madrugada desta quarta, é uma grande vitória política.
Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, o presidente do PT negou que o governo tenha ficado desgastado pela batalha da reforma. Disse que não há desgaste num governo que aprova a emenda em quatro meses no plenário.
— É uma grande vitória política. O governo e a bancada do PT na Câmara e no Senado não são maioria. O governo fez acordo com governadores, sabe negociar, mas é firme. Se o governo quisesse ceder, teria cedido para o Judiciário há 15 dias. Um governo que trabalha assim não vai sofrer desgaste — acrescentou.
Sobre a exclusão dos três parlamentares, Genoíno afirmou “é uma questão apenas formal, até porque fizeram uma opção política de militância contra a disciplina do partido, de ataque ao partido. E isso ataca o governo do PT. Eu acho, inclusive, que esses deputados devem ser transparentes e coerentes (para sair do PT), porque não há laço mais nenhum entre eles e o partido”.
Quanto aos outros oito petistas que não votaram por serem contra a reforma, o presidente do PT considerou que foi uma atitude de intransigência e de desrespeito ao partido.
— Foi um ato unilateral. No PT, a fidelidade tem um valor fundamental. O PT é um partido pluralista e as correntes de esquerda respeitaram a decisão do diretório nacional e da bancada — afirmou.
Genoíno lembrou que o PT tem de ser humilde e entender que dependeu de votos da oposição para a aprovação da reforma da Previdência.
— O nosso governo é um governo humilde, firme, sabe onde quer chegar, tem um caminho certo, porque tem um rumo certo. Na economia, nós temos um rumo certo para garantir a credibilidade, a estabilidade e o crescimento econômico, que é a prioridade nossa agora — disse.
Com relação aos destaques à reforma sobre o subteto dos juízes estaduais, o deputado disse esperar que o Judiciário não questione a reforma juridicamente.
— O governo e sua bancada cederam em parte, aceitando um subteto de 85,5% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Agora, eu espero que os integrantes do poder Judiciário façam também concessões. Todo mundo está fazendo sua concessão.
— Não é aceitável que o Judiciário, porque não tem o subteto que queria, diga que, por isso, vai questionar juridicamente a reforma. Afinal de contas, o Judiciário não está acima de outros poderes para dizer que já que foi contrariado, vai questionar a reforma. Portanto, nós vamos fazer uma batalha política para o limite chegar a 85,5% — garantiu.