Gilberto Gil pretende restaurar prédio histórico na Bahia

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Publicado sexta-feira, 15 de agosto de 2003 as 02:39, por: CdB

Os jovens aprendizes do Liceu de Artes e Ofícios esbanjaram vibração na última quinta-feira para receber o ministro da Cultura, Gilberto Gil, no lançamento oficial do projeto Centro Liceu da Juventude.

Já aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan), o projeto irá restaurar o quarteirão onde está o prédio do Liceu, ampliando as ações sociais desenvolvidas pela entidade.

O ministro acompanhou a apresentação do projeto Centro Liceu da Juventude, feita pelo superintendente geral do Liceu, Nelson Issalino, e assinou o livro de memórias da entidade.
 
– A primeira vez que estive aqui foi tocando acordeom, na década de 50. Este lugar é exemplo para todos nós da riqueza acumulada de nosso povo e clama ‘salve-me’, ressaltou Gil na solenidade de lançamento do projeto.

Depois, o ministro seguiu para conhecer as instalações do prédio. No caminho, foi saudado por apresentações do coral, do grupo de dança e de teatro do Liceu. Gilberto Gil bateu palmas e emocionou-se quando o grupo de dança se apresentou ao som da música Ilê Aiyê, de Paulinho Camafeu e Gege, consagrada por sua voz.

– É preciso que se reconheça a força dos jovens e seu poder transformador, mas sabendo que precisam da experiência dos mais velhos. A história se faz pelo entrelaçamento dos jovens com a sociedade. A consciência bailarina dos jovens que vai para todo lugar e está sempre a balançar-se dá vida e nos inspira – aconselhou o ministro.

O Centro depende agora de R$ 600 mil para a elaboração dos projetos de infra-estrutura para restauração do quarteirão. O Liceu espera a liberação desta verba pelo Ministério da Cultura.
 
– O ministro está examinando nosso projeto. E esperamos que, dentro das possibilidades do ministério, ele possa atender nosso pleito – explicou Nelson Issalino, superintendente geral do Liceu.

Orçado em R$ 10 milhões, o projeto já se encontra na primeira fase de aprovação no Ministério da Cultura e conta com a entrada de R$1,8 milhão do programa Monumento/BID. O restante do dinheiro, cerca de R$8 milhões, será captado através de leis de incentivo fiscal da União e do estado, segundo Issalino.

Gilberto Gil desabafou e assumiu que os recursos para a cultura estão escassos.
 
– É muito pouco o que podemos fazer. O que sobra para nosso ministério é mínimo – frisou o ministro.

– Em casa de pobre também se vive com dignidade. E podemos, com recursos alternativos, dignidade na pobreza e um eficiente mapeamento cultural do país, realizar um bom trabalho – ressaltou Gil.