Ottomar Pinto (PTB), governador de Roraima, não se contentou com a quantidade de terras que serão regularizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e classificou a iniciativa de “migalhas” oferecidas pelo órgão. O pacote federal prevê a entrega de 150 mil hectares para a criação de pólo de desenvolvimento agropecuário.
– Esses 150 mil hectares são migalhas. Isso aí eu desaproprio de particulares e compro. O Incra está se apropriando do que é nosso – reclama Ottomar.
Na segunda-feira, o governador de Roraima entrou com ação popular na Justiça Federal, em Boa Vista, contra o decreto presidencial que homologou, na última sexta-feira, a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Por decreto, Ottomar ainda anunciou luto de sete dias pela demarcação, vista como forma de inviabilizar a cultura de arroz na região.
O presidente do Incra, Rolf Hackbart, entende que Roraima tem terras suficientes para prosperar:
– O que falta lá é projeto de desenvolvimento, principalmente proposta que não gere concentração da propriedade da terra.
De acordo com ele, o governo estadual poderá utilizar os 150 mil hectares a serem concedidos pelo Incra para beneficiar os agricultores de arroz.
– Não temos relação ou programa para os arrozeiros. Sete deles hoje ocupam áreas da Raposa. Se o governo estadual quiser colocar todos no novo pólo de desenvolvimento, não há problema – afirma o presidente do Incra.