Governadores querem partilha da CPMF

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Publicado sexta-feira, 8 de agosto de 2003 as 02:23, por: CdB

Os cinco governadores escolhidos para representar os colegas nas negociações da reforma tributária com o Palácio do Planalto desembarcam nesta sexta-feira em Brasília.

Os governadores vieram para mais uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, certos de que têm um trunfo nas mãos: foi graças a vários deles que o governo conseguiu votos suficientes para aprovar a contribuição dos aposentados do setor público, maior polêmica da reforma previdenciária.
 
Eles vão insistir na partilha do bolo tributário com os Estados. Garantem que não vão abrir mão de levar parte da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

– Os grandes vencedores nas votações desta semana foram os governadores, que tiveram uma atuação decisiva junto aos deputados, e não o governo federal – avalia o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA).

– Eu não tenho dúvidas de que os recuos do governo federal e o pedido de socorro aos governadores na reforma previdenciária vão custar ao Planalto um pedaço da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e outro da CPMF, que a União terá que partilhar com os Estados – aposta o vice-presidente do PFL, senador José Jorge (PE).

– Ou o governo divide esses recursos e fortalece Estados e municípios ou não levará nada na reforma tributária – adverte o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).

A governadora do Rio Grande do Norte, Vilma Faria (PSB), que representa a Região Nordeste, confirmou que o grupo não abrirá mão da reivindicação de receber uma parte da arrecadação da CPMF.
 
No encontro anterior com Lula, os cinco governadores pediram participação também na Cide e um aumento no valor previsto para o fundo de compensação aos Estados para a desoneração das exportações.

Na ocasião, o governo aceitou negociar as últimas duas reivindicações, mas se manteve irredutível em relação à CPMF.

Por meio de um porta-voz, Vilma Faria disse que a negociação dos governadores com o Executivo deve terminar na reunião desta sexta-feira, marcada para as 11 horas, no Planalto.
 
Além de Lula, participam o vice, José Alencar, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu. Caso não consigam um acordo, os governadores vão defender suas reivindicações por meio de suas bancadas no Congresso, avisou Wilma Faria.