Governo argentino admite mentiras para FMI e queda de 5% no Produto Interno Bruto

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Publicado Segunda, 28 de Janeiro de 2002 às 18:32, por: CdB

A economia argentina deverá se retrair 5% em 2002, segundo o vice-ministro da Economia do país, Jorge Todesca. "Quando chegamos ao governo, nossa previsão era de uma retração de 2,6% do Produto Interno Bruto neste ano", disse o ministro durante um programa de rádio local. "Mudamos essa previsão para 5% e nosso orçamento está sendo feito com base nesse número". A Argentina está em recessão há quatro anos. O segundo maior país da América do Sul está atolado em uma dívida externa de US$ 141 bilhões, que deixou de pagar no ano passado. Esse calote cortou quase todas as linhas de crédito internacional ao país, sendo que a única fonte de recursos ainda aberta aos argentinos é o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas mesmo a instituição tem se mostrado reticente em relação a novos empréstimos. Especialmente depois de ter emprestado US$ 20 bilhões ao governo argentino antes da quebra da economia. Recentemente, o FMI concordou em adiar o pagamento de débitos de US$ 1 bilhão que venciam em 17 de janeiro. Mas qualquer ajuda futura, segundo os representantes do Fundo, depende de o país provar que conseguirá cooperar com a instituição. A relação entre a Argentina e o FMI ficou ainda mais difícil após domingo, quando o ministro das Relações Exteriores, Carlos Ruckauf, admitiu que o país mentiu para o Fundo. Em uma entrevista publicada pelo jornal italiano Corriere della Sera, o ministro diz que a Argentina "contou muitas mentiras para o FMI". Na mesma entrevista, ele afirmou que agora seu governo irá revelar toda a verdade. Para os especialistas de Washington, o atual sistema cambial adotado pela Argentina não funciona e os investidores internacionais estão prontos para deixar o país. Hoje, os argentinos convivem com um câmbio flutuante para o mercado interno e com um câmbio fixo, de 1,40 peso por dólar, para as transações com o exterior.

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