A CGT programou outra jornada de mobilizações para o dia 21 deste mês, às vésperas da reunião do Conselho de Ministros
Por Redação, com EFE - de Paris:
O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, destacou a vontade de levar adiante a reforma trabalhista, que deverá estar em vigor no fim de setembro, após o primeiro dia de mobilização contra as mudanças, organizado na terça-feira por vários sindicatos. A informação é da Agência EFE.
– O mandato que nos deu o povo francês, vamos colocar em prática – afirmou Philippe, em entrevista ao canal France 2, lembrando que a reforma trabalhista estava no programa do presidente, Emmanuel Macron, quando foi eleito em maio.
– Aqueles que estão preocupados, que se inquietam e se opõem a esse texto, argumentou, têm perfeitamente esse direito. Mas me permito lembrar que os franceses se manifestaram com seu voto e também têm direito ao respeito.
– A reforma que implementamos foi anunciada pelo presidente da República no momento das eleições presidenciais – acrescentou.
As quase 200 manifestações na França reuniram 400 mil pessoas, segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT). A polícia, porém, estimou esse número em 223 mil. As greves tiveram impacto limitado.
A CGT programou outra jornada de mobilizações para o dia 21 deste mês, às vésperas da reunião do Conselho de Ministros, que adotará os decretos que flexibilizarão o mercado de trabalho. No dia 23, haverá outra manifestação em Paris, organizada pela França Insubmissa, o partido da esquerda radical.
Greve contra reforma trabalhista
Vários sindicatos, liderados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT); organizaram na terça-feira uma primeira jornada de greves e manifestações contra a reforma trabalhista decretada pelo presidente da França, Emmanuel Macron; desde as primeiras horas do dia tendo impacto em alguns transportes públicos. As informações são da agência de notícias espanhola EFE.
A CGT, SUD, União Nacional de Sindicatos Autônomos (UNSA) e a organização estudantil Unef; convocaram estes protestos contra os planos de Macron para flexibilizar o mercado de trabalho; que seu governo deve aprovar no próximo dia 22, para uma aplicação imediata.
As demissões, que não se esperava que afetassem significativamente o setor privado; se centraram na administração, energia e, sobretudo, no transporte público, particularmente nas ferrovias.
A companhia ferroviária francesa SNCF assegurou que manteria todos seus trens de alta velocidade (TGV). Incluindo Thalys, para Bélgica e a Holanda, Eurostar, para Londres, e as linhas para a Espanha.
No entanto, vão diminuir entre 10% e 50% os trens de longa distância; "segundo os destinos", bem como alguns regionais e alguns das linhas das cercanias de Paris.
Transporte urbano
Na área metropolitana de Paris o transporte urbano estava funcionando quase normalmente, mas havia problemas em outras cidades como Lyon, Marselha, Montpellier e Nice.
Na capital francesa, no entanto, o trânsito foi bloqueado na Praça da Bastilha e na Avenida Champs-Élysées, por conta de um protesto paralelo organizado pelos feirantes.
Nos céus, a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) adiantou que a priori a greve teria "pouca adesão entre os controladores, que não pediram para as empresas que suspendam nenhum voo e que, se isso ocorrer, será por iniciativa própria [de cada companhia]".
De fato, a companhia aérea de baixo custo, Ryanair, anunciou o cancelamento de 110 voos, enquanto a Air France não tinha intenção de fazer cancelamentos, mas admitiu que poderiam ocorrer atrasos.