Foi uma reunião tensa, no Palácio do Alvorada, de cinco horas de duração entre o ministro da Secretaria de Comunicação de governo, Luiz Gushiken, e outros colegas de diversas pastas do alto escalão. Em pauta, os limites de opinião dos ministros na imprensa a fim de evitar confusões e crises na administração federal. As richas e as críticas dos ministros ao próprio governo devem ser exclusivamente em reuniões internas e não à frente dos holofotes, destacou Gushiken. No sábado, um colunista de um diário disse que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em um desabafo, chamara Guido Mantega, do Planejamento, de vagabundo.
– Ordem não. O que existe é uma cultura que é observada no Poder Executivo tanto em prefeituras como em governos estaduais e no nível federal. O político, num partido, no parlamento, ou no Poder Executivo não tem a mesma margem de exercício de liberdade de opinião. A liberdade de opinião de ministros e assessores que o presidente escolheu se restringe às reuniões internas. Quando o presidente decide, isso não cabe mais. É preciso a unidade de ação – disse Gushiken.
Gushiken disse que o desentendimento entre Rodrigues e Mantega está superado com a nota divulgada pelo ministro da Agricultura no fim de semana “corrigindo as interpretações dadas pela imprensa”. Gushiken afirmou também que toda vez que houver uma interpretação equivocada de uma notícia o ministro envolvido tem a obrigação de explicar “para fazer a correção de rumos”.
Segundo ele, a partir do momento em que o ocupante do cargo de confiança é escolhido pelo presidente, deve restringir sua liberdade para dizer o que quiser nas reuniões internas.