Publicado Quarta, 02 de Janeiro de 2019 às 12:41, por: CdB
Para não deixar dúvidas quanto ao caráter do novo governo, o atual secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, espera implantar o liberalismo econômico.
Por Redação - de Brasília
Depois de prometer um combate radical à esquerda, com ameaças aos comunistas e afins, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) afinou um novo tom perante o Congresso. Em seu primeiro dia de governo, as medidas assinadas seguem à risca o bordão da campanha, com tratamento temerário aos indígenas, salário mínimo reduzido e planos bélicos contra a Venezuela.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
Na outra ponta, porém, o novo regime tenta um contrapeso, ao fechar apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Câmara dos Deputados. O PSL detém uma bancada de 52 deputados. Maia e Luciano Bivar, o presidente do partido, tiveram uma longa reunião na manhã desta segunda-feira, em que foi acertado o apoio.
Bivar obteve de Maia a promessa de que as pautas prioritárias de Bolsonaro relativas às reformas, principalmente a da Previdência, terão tratamento de urgência. E mais: o PSL ficará com uma das vagas na mesa da Câmara e com as presidências de duas das mais importantes comissões da Câmara, a CCJ e a Comissão de Finanças e Tributação.
Futuro
Ainda na linha conciliadora, o novo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo do presidente Jair Bolsonaro vai surpreender por sua capacidade de diálogo. Em discurso na cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto, Lorenzoni disse que o Congresso precisa de diálogo e o presidente sabe disso, diante do desafio de aprovar reformas necessárias para o país.
O novo ministro fez ainda um convite à oposição por um pacto pelo Brasil.
Mas, para não deixar dúvidas quanto ao caráter do novo governo, o atual secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse nesta quarta-feira esperar que pela primeira vez o liberalismo econômico seja implementado “em favor de todos no Brasil”.
História
Em discurso na cerimônia de transmissão de cargo, Bebianno ressaltou sua confiança no futuro trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes. Este último, também afirmou que seguirá na linha da escola neoliberal.
Na véspera, em seu primeiro discurso após ser empossado pelo Congresso, Bolsonaro afirmou que fará em seu governo “reformas estruturantes” que serão essenciais para a “saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas”, vai priorizar a proteção e revigoramento da democracia e reafirmou o compromisso de construir uma sociedade “sem discriminação ou divisão”.
— Realizaremos reformas estruturantes, que serão essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas, transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades — disse Bolsonaro, que não citou nominalmente a reforma da Previdência, no discurso de 10 minutos, o mais curto na História republicana brasileira.
O presidente empossado afirmou que, na economia, vai trazer a “marca da confiança, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência”.
— Confiança no compromisso de que o governo não gastará mais do que arrecada e na garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados — repisou.