Grupo do astrólogo Olavo de Carvalho quer o cargo de Decotelli, na Educação

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Publicado terça-feira, 30 de junho de 2020 as 14:37, por: CdB

A indicação de Decotelli foi uma escolha da ala militar do governo após a saída de Abraham Weintraub. O nome do professor recebeu o aval do ministro da Casa Civil, Braga Netto, e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional(GSI), Augusto Heleno, responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Por Redação – de Brasília

Os adeptos da ala ideológica ligada ao astrólogo Olavo de Carvalho, mentor da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acionou os robôs do chamado ‘Gabinete do Ódio’, na internet, para ajudar a queimar o que resta do recém-nomeado ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, após uma série de informações falsas descobertas no currículo apresentado. Os fatos revelados levaram o governo a suspender o termo de posse do servidor público. 

General Heleno, responsável pela Abin, não informou ao presidente Bolsonaro (sem partido) sobre as fraudes no currículo de Decotelli da Silva

A indicação de Decotelli foi uma escolha da ala militar do governo após a saída de Abraham Weintraub. O nome do professor recebeu o aval do ministro da Casa Civil, Braga Netto, e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional(GSI), Augusto Heleno, responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e alvo preferencial dos olavistas, desde a posse de Bolsonaro. 

As denúncias de fraudes no currículo vieram a público e os radicais de ultradireita apontaram a responsabilidade da Abin por não descobrir, com antecedência, as inconsistências no currículo de Decotelli. Assim, os olavistas viram uma oportunidade para voltar ao ministério, perdido após a indicação dos militares.

Palavrões

Diante dos fatos, a permanência de Decotelli da Silva, no cargo, torna-se praticamente insustentável, segundo assessores da pasta, que falaram à reportagem do Correio do Brasil, na condição de anonimato. A situação do ministro recém-nomeado agravou-se, na noite passada, após a Fundação Getúlio Vargas (FGV) negar que o administrador tenha lecionado ou mesmo realizado alguma pesquisa na instituição.

Em seu currículo constava que ele integrava o quadro docente da FGV, ratificada no documento divulgado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), durante a posse na presidência do fundo, em fevereiro do ano passado. A nota da Fundação, segundo aqueles assessores, causou uma nova onda de fúria no presidente, que voltou a falar palavrões, em voz alta, em seu gabinete, na manhã desta terça-feira.

Assessores com assento no Planalto relataram, ainda, que na reunião entre o presidente e Decotelli da Silva, na véspera, o presidente questionou o novo ministro quanto às fraudes descobertas em seu currículo, ainda sem saber que a FGV descartou outros pontos citados no documento. Junto aos militares que o indicaram, o bacharel em Administração teria se desgastado, diante da quebra de confiança. Se pedisse demissão do cargo, disse um dos assessores, “ela seria aceita, de imediato”.

Pente-fino

Nas redes sociais, na noite passada, o presidente disse que “Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (governo), bem como está ciente de seu equívoco”, o que foi compreendido por analistas como uma sinalização para a retirada do ministro, nas próximas horas.

Decotelli da Silva disse que era doutor pela Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, e foi desmentido pelo reitor Franco Bartolacci. O diretor da instituição universitária do país vizinho negou, terminantemente, que ele tenha obtido o título. Depois dessa informação, o currículo do ministro da Educação passa por um pente-fino e há suspeita de plágio na sua dissertação de mestrado.

A Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também desmentiu a informação de que o ministro tenha o título de pós-doutor concedido pela instituição, que constava em seu currículo.

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