Guedes fala em ajuste fiscal e fim do auxílio já a partir de janeiro

Arquivado em:
Publicado Quarta, 09 de Dezembro de 2020 às 14:28, por: CdB

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em inglês, afirmou que agora os fluxos estão voltando ao país. Sem qualquer detalhe, o ministro afirmou que antes de o ano acabar o governo deve enviar “forte sinal” de que está promovendo ajuste fiscal.

Por Redação - de Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o país deve enviar sinal de compromisso com o ajuste fiscal antes do fim do ano por meio de medida relacionada à redução de subsídios, e avaliou que o dólar já fez overshooting (ultrapassagem, em tradução livre do inglês, que denota no jargão econômico uma reação mais que proporcional da taxa de câmbio a uma variação da oferta de moeda no curto prazo) após alcançar o patamar de R$ 5,80.
pauloguedes.jpg
Paulo Guedes permanece alheio à trágica realidade que o Brasil enfrenta e mantém o discurso irresponsável do personagem austericida fiscalista a todo custo
Em participação transmitida nesta quarta-feira no evento 2020 Asia Summit, do Milken Institute, Guedes, falando em inglês, acrescentou que agora os fluxos estão voltando ao país. Sem especificar, o ministro afirmou que antes de o ano acabar o governo deve enviar “forte sinal” de que está promovendo ajuste fiscal. — Depois de termos reduzido os gastos previdenciários, gastos com juros da dívida pública, com a folha de pagamento dos funcionários públicos, estamos enviando também um forte sinal de redução de subsídios — disse.

Inflação

Ele reconheceu que houve grande inclinação da curva de juros em meio a questionamentos sobre como será o próximo ano após um gasto da União de cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) no enfrentamento à pandemia de coronavírus. Guedes ressaltou, contudo, que “de maneira alguma” o país irá transgredir o mecanismo do teto, que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior. Ele disse que o presidente Jair Bolsonaro reiterou essa mensagem recentemente, inclusive reafirmando que o auxílio emergencial irá acabar ao fim deste ano, o que ajudou no humor dos mercados. Quanto ao câmbio, o ministro avaliou que o cenário já mudou. — Estamos cientes que a taxa de câmbio já fez o overshooting, já foi para R$ 5,80, e agora os fluxos - fluxos financeiros e fluxos de investimento - estão começando a vir — disse.

Cotação

Enquanto Guedes falava, o dólar era negociado em queda ante o real, nesta quarta-feira, acompanhando o sentimento otimista no exterior em meio a progresso em direção à ampla distribuição de vacinas para a covid-19 e esperanças de mais estímulo fiscal nos EUA, enquanto no Brasil os operadores aguardavam o fim da reunião de política monetária do Banco Central. Às 9h09, o dólar recuava 0,64%, a R$ 5,0960 na venda, enquanto o dólar futuro negociado na B3 tinha queda de 0,47%, a R$ 5,0925. O dólar à vista fechou a última sessão em leve alta de 0,08%, a 5,129 reais na venda. O Ibovespa, por sua vez, mostrava variações discretas nesta tarde, voltando a flertar com os 114 mil pontos, em meio a um ambiente relativamente favorável a ativos de risco e avanço das ações da Petrobras na esteira da alta do petróleo e da Notre Dame Intermédica após nova aquisição. Às 11h43, o Ibovespa caía 0,27%, a 113.489,89 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 114.020,40 pontos. O volume financeiro somava R$ 6,1 bilhões.

Expectativas

Estrategistas do BTG Pactual reconheceram a possibilidade de um menor ‘upside’ para o Ibovespa após a alta recente, mas afirmaram que continuam otimistas dado o apetite global por ativos de risco, além de expectativa no BTG de um desfecho marginalmente positivo para a difícil situação fiscal no país. Nesse contexto, Carlos Sequeira e equipe reiteraram classificação ‘overweight’ para Brasil após revisão de seu portfólio de ações para América Latina. Em Wall Street, os mostravam abertura positiva, em meio a expectativas relacionadas à recuperação econômica apoiada pela vacina contra o Covid-19 e mais estímulos fiscais nos Estados Unidos. — A liquidez global segue abundante, e deverá continuar assim no começo de 2021, o que tem dado suporte aos ativos de risco — afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, em comentário a clientes. No Brasil, agentes financeiros também estão na expectativa do fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, particularmente sinalizações no comunicado que acompanhará a decisão, uma vez que a aposta é de que a taxa Selic será mantida no piso histórico de 2% ao ano.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo