Os grandes meios de comunicação, liderados pela Rede Globo, desencadearam uma furiosa campanha contra a CPI das delações premiadas proposta pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) para investigar acusações veiculadas na mídia contra o advogado curitibano Antonio Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas acusado de cobrar propina de 50 mil dólares mensais a título de “taxa de proteção” dos doleiros Vinícius Claret e Cláudio de Souza
Por Umberto Martins – de São Paulo:

Fazendo o jogo dos EUA
Não foi pequena a contribuição da Lava Jato para a profunda depressão econômica em que o Brasil mergulhou após a posse da quadrilha liderada por Temer. O desmantelamento das grandes empreiteiras com negócios no exterior favoreceu os interesses de multinacionais estrangeiras, especialmente estadunidenses. O mesmo se pode dizer em relação ao enfraquecimento da Petrobras e à nova orientação a que a estatal foi submetida pelo governo golpista.
Os fatos sugerem que os EUA foram os principais beneficiários da operação comandada por Sergio Moro e pelo golpe liderado pela dupla Temer/Cunha. Convém relembrar as sábias palavras do historiador Muniz Bandeira, falecido em novembro de 2017 aos 81 anos, sobre os “méritos” da Lava Jato. “Os prejuízos que causaram e estão a causar à economia brasileira, paralisando a Petrobras, as empresas construtoras nacionais e toda a cadeia produtiva, ultrapassam, em uma escala imensurável, todos os prejuízos da corrupção que eles alegam combater.
CPI
O parlamentar petista conseguiu 190 assinaturas para a CPI, mas muitos parlamentares, pressionados pela mídia, pela extrema direita e pelo Palácio do Planalto, voltaram atrás e agora se movimentam para sabotar a iniciativa. O pânico despertado nas forças golpistas pela investigação sugere que há algo de podre na chamada República de Curitiba. Temida e amaldiçoada pela mídia burguesa a investigação rigorosa dos fatos interessa, antes de tudo, ao povo e à nação.
Umberto Martins, é jornalista e autor do livro O golpe do capital contra o trabalho.