Segundo o ministro Fernando Haddad, “quanto mais nós respeitarmos a regra fiscal aprovada pelo Congresso, ano passado, que a gente chama de arcabouço fiscal, mais espaço o Banco Central terá para cortar o juro, mais investimentos nós vamos ter”.
Por Redação – de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad afirmou, nesta segunda-feira, que o respeito ao arcabouço fiscal é o melhor caminho para abrir espaço para que o Banco Central (BC) reduza a taxa básica de juros (Selic) e para que a economia brasileira cresça com baixa inflação.
O ministro disse ainda, em entrevista a uma rádio carioca, ser defensor do arcabouço e que o Ministério da Fazenda está pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que garanta a inserção das despesas do governo nos parâmetros das regras fiscais aprovadas pelo Congresso.
— Digo com muita convicção, eu defendo muito o arcabouço fiscal, porque eu tenho certeza que é o caminho para reequilibrar as contas públicas e continuar crescendo com baixa inflação. Se nós sairmos deste script, desse roteiro, eu penso que nós vamos repetir o erro de 2015 a 2022 que a economia não cresceu e o gasto público disparou — calcula Haddad.
Investimento
Segundo o executivo, “quanto mais nós respeitarmos a regra fiscal aprovada pelo Congresso, ano passado, que a gente chama de arcabouço fiscal, mais espaço o Banco Central terá para cortar o juro, mais investimentos nós vamos ter, com investimento você tem mais oferta de produtos, menos pressão inflacionária”.
Haddad disse ainda que o crescimento da dívida pública é uma preocupação “bastante incisiva” da Fazenda e afirmou que está tratando do assunto com Lula.
— Inclusive, estamos pedindo para o presidente recolocar algumas questões, o que para nós é essencial é manter as despesas dentro do arcabouço fiscal. Para nós é uma questão importante. Neste ano estamos querendo equilibrar as contas. Por que é necessário isso? Para manter a economia crescendo — acrescentou Haddad.
Tesouro
De acordo com o ministro, “se você imaginar que o Estado vai fazer o papel da sociedade – consumo das famílias, exportações, investimento privado – você vai cometer um erro”.
— Então o mantra da Fazenda é: diminuir o impulso fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e as empresas investirem — pontuou.
Crescimento
Haddad afirmou que previsões de que a dívida pública chegará à casa de 90% do PIB em 2032 não se concretizarão, pois medidas serão tomadas para evitar que isso aconteça. Ele afirmou que as projeções do Tesouro são de que a dívida pública bruta será de “alguma coisa entre 80% e 83%” ao final do mandato de Lula em 2026.
O ministro fez ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto brasileiro crescerá 2,5% ou “talvez um pouco mais” em 2025.
— Agora, se não limitarmos a despesa ao arcabouço fiscal, nós não vamos conseguir superar os 10 anos de déficit público que tivemos com baixo crescimento — concluiu.