Hong Kong: manifestantes ocupam aeroporto em protesto com pedidos por 'democracia já'

Arquivado em:
Publicado Sexta, 09 de Agosto de 2019 às 07:06, por: CdB

 

Os protestos cada vez mais violentos representam um dos desafios mais sérios ao líder chinês, Xi Jinping.

Por Redação, com Reuters - de Hong Kong

Manifestantes ocuparam o saguão de desembarque do aeroporto de Hong Kong nesta sexta-feira, distribuindo panfletos antigoverno e erguendo cartazes em uma dúzia de idiomas na tentativa de conscientizar os visitantes na véspera de protestos planejados em toda a cidade no final de semana.
protesto-8.jpg
Manifestantes ocupam aeroporto de Hong Kong em protesto pedindo por democracia
Cerca de 1 mil manifestantes, a maioria jovens de camiseta preta, realizaram uma ocupação e distribuíram panfletos com o título “Caros viajantes” acima de ilustrações retratando os protestos realizados desde junho, que mergulharam o polo financeiro em sua maior crise desde que o Reino Unido o devolveu ao controle da China em 1997. “Desculpem-nos pela Hong Kong ‘inesperada’”, diziam os panfletos em inglês. “Vocês chegaram a uma cidade arruinada e dividida, não àquela que um dia imaginaram. Mas é por esta Hong Kong que lutamos”. Os protestos cada vez mais violentos representam um dos desafios mais sérios ao líder chinês, Xi Jinping.

Projeto

O que começou como uma reação raivosa a um projeto de lei, hoje suspenso, que permitiria que suspeitos de crimes fossem extraditados para serem julgados em tribunais chineses passou a incluir exigências de maior democracia, da renúncia da líder de Hong Kong, Carrie Lam, e até de uma proibição a turistas da China continental. A multidão no aeroporto ocupou duas seções do saguão de desembarque. Os manifestantes cantavam “Você Ouve o Povo Cantar?”, do musical “Os Miseráveis”, e bradavam “Democracia já” e “Moradores de Hong Kong, joguem gasolina!”, uma exortação popular em cantonês. A manifestação no aeroporto coincidiu com o momento em que os poderosos empreendedores imobiliários da cidade se pronunciaram pela primeira vez, pedindo calma depois de uma dúzia de grandes empresas alertar nos últimos dias que os tumultos afetaram os lucros. “A comunidade de Hong Kong está sofrendo com os atos de violência perpetrados por um grupo pequenos de indivíduos ultimamente”, disse um comunicado assinado por 17 empreendedores, entre eles Henderson Land Development, New World Development e Sun Hung Kai Properties. “Tais atos se desviaram da intenção original das manifestações pacíficas e estão causando transtorno à comunidade empresarial e ao público como um todo”. Carrie marcou uma coletiva de imprensa para as 17h15 locais com o secretário das Finanças, Paul Chan, e o secretário de Comércio e Desenvolvimento Econômico, Edward Yau, já que os efeitos negativos dos protestos estão se ampliando.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo