Simon Cheng, que trabalhou para o governo do Reino Unido por quase dois anos, disse que a polícia secreta da China o espancou.
Por Redação, com Reuters – de Hong Kong
A secretária de Justiça de Hong Kong disse nesta quarta-feira que não tem opinião sobre uma acusação de tortura feita contra a China por um cidadão de Hong Kong que trabalhou no consulado do Reino Unido na cidade.

Simon Cheng, que trabalhou para o governo do Reino Unido por quase dois anos, disse que a polícia secreta da China o espancou, o privou do sono e o prendeu na tentativa de forçá-lo a fornecer informações sobre ativistas que lideram protestos pró-democracia.
A secretária de Justiça, Teresa Cheng, em entrevista a repórteres na embaixada chinesa em Londres, disse que ele deveria relatar o assunto às autoridades chinesas relevantes.
– Muitas coisas são frequentemente relatadas e, às vezes, é extremamente importante reunir todos os fatos antes que qualquer ponto de vista seja formado – disse Cheng, que não é parente de Simon Cheng, quando questionada se ficou alarmada com o relato de tortura.
– Portanto, prefiro segurar minha opinião até ter a oportunidade de coletar e analisar qualquer informação que possa ter – acrescentou.
A secretária de Justiça, que sofreu uma lesão no pulso em Londres na semana passada quando foi empurrada por pessoas que protestavam contra o governo de Hong Kong, estabeleceu um paralelo entre o incidente e os supostos maus-tratos de Simon Cheng.
– Denunciei meu incidente à polícia e o encorajaria a fazer o mesmo com as autoridades relevantes do continente – disse ela, depois de relatar os detalhes médicos de sua lesão no pulso.
Tortura
– Geralmente há uma via pela qual essas questões podem ser divulgadas – disse ela quando questionada sobre como Cheng poderia reclamar às autoridades chinesas por tortura supostamente realizada pelas próprias autoridades chinesas.
Em uma descrição de 8 mil palavras de suas experiências, Simon Cheng relatou repetidos abusos físicos, ameaças e questionamentos sobre a suposta intromissão do Reino Unido nos protestos. O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido disse que o tratamento representava tortura e convocou o embaixador chinês para discutir o caso.