O ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou ontem que a CPI de Tráfico de Órgãos pode prestar um “desserviço” ao sistema brasileiro de transplantes.
-Temo que a CPI traga um conjunto de coisas que possam inibir as pessoas de doar órgãos, num momento em que queremos transformar transplantes em uma política de peso-afirmou o ministro após abrir o Seminário Internacional sobre Cuidados Básicos de Saúde.
A CPI pode reavivar desconfianças da população, como a de que os médicos acelerariam a morte de um paciente para retirar os órgãos. Este temor era muito freqüente no início da implantação do programa de transplantes e dificultou a captação de órgãos.
O sistema público, garante o ministro, é “absolutamente seguro”. Ele também ressalta que existem equipes específicas para cada uma das funções: constatar a morte cerebral, remover o órgão e fazer o transplante. “É um desserviço investigar o sistema de transplante, se for investigação de atividade criminosa que se faça.” Costa diz que o tráfico de órgãos – a exemplo da rede desbaratada em Pernambuco – é um problema de polícia.
Mercosul – Após o seminário, Costa informou que o Brasil pretende montar um banco de tecidos de medula óssea para atender brasileiros e a população de países vizinhos. Esta é uma das medidas que o governo brasileiro começou a discutir com os parceiros do Mercosul. O ministro defende até a destinação de mais recursos para cidades da fronteira para que se possa atender tanto brasileiros como estrangeiros residentes na região.