IBGE: Crescimento da safra não impede alta nos preços dos alimentos

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Publicado Quinta, 07 de Julho de 2022 às 11:29, por: CdB

O volume extra, no entanto, chega a 1,5 milhão de toneladas menor do que o previsto no levantamento anterior, de maio, com uma queda de 0,6%. Apesar da redução, o novo recorde para a colheita de grãos está praticamente assegurado, o que não significa ainda perspectiva de alívio nos preços dos alimentos, que tendem a permanecer elevados.

Por Redação - do Rio de Janeiro
A safra agrícola brasileira tende a atingir o recorde de 261,4 milhões de toneladas em 2022, 8,2 milhões de toneladas a mais do que o ano anterior e um crescimento de 3,2%, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho. O relatório foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira.
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O volume de soja vendido previsto para a safra deste ano foi ampliado consideravelmente
O volume extra, no entanto, chega a 1,5 milhão de toneladas menor do que o previsto no levantamento anterior, de maio, com uma queda de 0,6%. Apesar da redução, o novo recorde para a colheita de grãos está praticamente assegurado, o que não significa ainda perspectiva de alívio nos preços dos alimentos, que tendem a permanecer elevados, na avaliação do gerente da pesquisa do IBGE, Carlos Alfredo Guedes. — Independentemente de uma safra recorde, os preços não devem cair, porque a gente tem uma demanda muito grande dos outros países. Isso influencia no mercado como um todo — explicou Guedes.

Culturas

O gerente do IBGE sublinha que os preços dos grãos estão elevados desde o aumento da demanda e problemas logísticos provocados pela pandemia de covid-19 no cenário externo, que agora permanece impactado pelos efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia. Para Carlos Alfredo Guedes, “a tendência é os preços continuarem elevados nos próximos meses”. — Os preços sofrem mais influência do mercado externo do que do mercado interno”, explicou Guedes, acrescentando que o encarecimento dos principais grãos mexem também com custos e oferta de outros produtos. "Porque o produtor acaba direcionando suas áreas pras culturas que estão mais valorizadas — acrescentou. Apesar de perdas no cultivo de soja, o país deve ter as maiores colheitas já vistas para o milho e o trigo. As safras de arroz e feijão, por ora, atendem ao consumo doméstico.

Safra de grãos

A estimativa da produção de feijão, considerando-se as três safras do grão, foi de 3,087 milhões de toneladas, alta de 11,2% ante 2021, embora 3,4% menor que o estimado em maio. A produção esperada para o arroz é de 10,7 milhões de toneladas, queda de 8,1% em relação ao ano passado provocada por uma estiagem no Rio Grande do Sul. As revisões nas estimativas para a colheita de milho de segunda safra e de soja foram as responsáveis pela menor projeção para a safra de grãos brasileira deste ano. Na passagem de maio para junho, a projeção para o milho de segunda safra encolheu em mais de 900 mil toneladas, enquanto a de soja diminuiu em mais de 650 mil toneladas. — O milho foi condições climáticas, principalmente no Paraná, problema de excesso de chuvas, que está trazendo algumas doenças — conclui Carlos Guedes.
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