Cerca de 50 pessoas que foram submetidas a trabalho escravo no Rio de Janeiro foram indenizadas nesta segunda-feira e receberam passagens de volta para sua terra natal: a Paraíba. Elas vendiam redes e eram mantidas em regime de escravidão na favela do Catiri, Zona Oeste da capital carioca.
Quatro tinham menos de 18 anos. A quadrilha que as explorava foi descoberta no último dia 18, após quatro meses de investigação. O ponto de partida foi um telefonema ao Disque Denúncia do Trabalho, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), posteriormente encaminhada à Delegacia Regional do Trabalho, Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho.
Segundo a Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj, os trabalhadores estavam alojados em galpões escuros e úmidos, sem condições mínimas de higiene. No local, foram encontrados o dono da tecelagem de mantas e redes São José, Manoel Gomes Xavier, e dois aliciadores de mão-de-obra escrava.
Os trabalhadores são oriundos da cidade de São Bento das Redes, no sertão da Paraíba, e foram transportados até o Rio de Janeiro na caçamba fechada de um caminhão durante três dias, junto com as redes que seriam vendidas.