Indústria automobilística sofre queda inédita ao longo dos últimos 17 anos

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Publicado Sexta, 08 de Janeiro de 2021 às 12:13, por: CdB

Na comparação com novembro, a produção teve queda de 12,1%. Os números, que englobam carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram divulgados nesta sexta-feira, pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no país.

Por Redação - de São Paulo

Com 2,01 milhões de veículos montados, uma queda de 31,6% em relação a 2019, as montadoras tiveram em 2020 a produção mais baixa em 17 anos. O mês de dezembro foi, porém, positivo de alguma forma, com crescimento de 22,8% em relação ao mesmo período de 2019, chegando a 209,3 mil veículos.

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As montadoras de automóveis, no Brasil, sofreram uma paralisação quase que completa das linhas industriais

Na comparação com novembro, a produção teve queda de 12,1%. Os números, que englobam carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram divulgados nesta sexta-feira, pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no país.

A parada de produção no início da pandemia, com desligamento por completo do parque automotivo em abril, pesou no resultado de 2020. O desempenho negativo também tem, contudo, outros ingredientes, como a falta de peças e as restrições trazidas por protocolos de prevenção nas fábricas, que impediram uma arrancada mais forte das linhas de montagem após a demanda responder positivamente nos meses seguintes à reabertura das concessionárias com a flexibilização das quarentenas.

Atrasos

Ao comentar o resultado do ano passado, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse que, considerando o padrão de 2020, os volumes de dezembro foram fortes e resultaram de um esforço da indústria em compensar com horas extras e, em alguns casos, cancelamento de férias coletivas os atrasos causados pela insuficiência de insumos.

Ainda assim, o setor entra em 2021 com estoques de veículos suficientes para apenas 12 dias de venda, o menor nível da história. A ociosidade no ano passado foi de aproximadamente 3 milhões de veículos. Desde 2003, quando as montadoras produziram 1,7 milhão de veículos, não se registrava volume de produção tão baixo.

Desagregando o resultado de 2020 por categoria, a produção de carros de passeio e utilitários leves teve queda de 32,1%, para 1,9 milhão, enquanto a fabricação de caminhões recuou 19,9%, num total de 10,5 mil, e a de ônibus cedeu 33,5%, totalizando 1 mil.

Antes da covid-19

O balanço da Anfavea revela ainda que a indústria automotiva eliminou 5,06 mil vagas de trabalho no ano passado. O setor fechou 2020 empregando 120,5 mil trabalhadores, com corte de 213 vagas apenas em dezembro.

Para 2021, a entidade projeta um crescimento de 15% do mercado de veículos. Se a previsão for confirmada, o consumo de veículos no País vai chegar a 2,37 milhões de unidades até o fim de dezembro. Em 2019, antes do coronavírus, a indústria automotiva vendeu 2,79 milhões de veículos, um número que, conforme executivos de montadoras, só deve ser repetido em 2023.

Com a retomada do crescimento tanto do mercado doméstico quanto das exportações, a produção das montadoras deve subir 25% neste ano, chegando a um total de 2,52 milhões de veículos. O presidente da Anfavea destacou que, nesse patamar, a indústria automotiva vai usar apenas metade de sua capacidade instalada, de 5 milhões de veículos por ano.

Balanço

As vendas de veículos novos no Brasil somaram 2,06 milhões de unidades no ano passado, marcando queda de 26,2% na comparação com o resultado de 2019. Só em dezembro, quando foram vendidos 244 mil veículos, o maior volume mensal de 2020, os emplacamentos subiram 8,4% em relação a novembro.

No comparativo com dezembro de 2019, porém, houve queda de 7,1%, segundo balanço divulgado pela Anfavea, nesta manhã, a entidade que representa a indústria nacional de veículos.

Por categoria, as vendas de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, somaram 1,95 milhão de unidades no ano passado, uma queda de 26,7%. Já as vendas de caminhões (89,7 mil) e ônibus (13,9 mil) recuaram, respectivamente, 11,5% e 33,4%.

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