Indústria retrai investimentos, aponta a CNI

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Publicado sexta-feira, 4 de novembro de 2005 as 14:07, por: CdB

Boa parte dos investimentos previstos pela indústria para o primeiro semestre deste ano não se realizou, em parte por conta da apreciação do real, apontou nesta sexta-feira uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para 2006, as perspectivas foram classificadas como modestas. A sondagem mostrou que 30% das empresas realizaram os investimentos conforme a programação na primeira metade deste ano. A situação das grandes empresas foi melhor, já que 43,4% delas afirmaram ter concluído os investimentos. No caso das de pequeno e médio porte, essa fatia foi de 27,3%.

“A frustração com os investimentos em 2005 foi mais intensa nas indústrias de Couros e peles, Vestuário e calçados e Madeira e mobiliário”, indicou a CNI. Para 2006, apenas 28,9% das empresas consultadas manifestaram aumento na intenção de compra de máquinas e equipamentos. Em pesquisa feita em outubro do ano passado, mais de 40% responderam afirmativamente a essa pergunta.

A CNI ponderou, no entanto, que “considerando as empresas que vão aumentar e as que vão reduzir as compras de máquinas e equipamentos, o saldo da indústria é de relativa estabilidade”. A sondagem apontou ainda que os principais objetivos dos investimentos planejados para 2006 são o aumento da produção e a melhoria da qualidade dos produtos. Mas diminuiu o percentual das empresas que buscarão aumentar a produção.

Mercado interno

Na pesquisa do ano passado, 61,8% das grandes e 56,7% das pequenas e médias empresas planejavam investir para produzir mais. Na sondagem divulgada nesta sexta, essas respostas se reduziram para 49,2% e 44%, respectivamente.

– A incerteza quanto à evolução da demanda é o principal fator que pode impedir a execução dos investimentos previstos para 2006 – disse o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.

Para 2006, 75,8% das pequenas e médias empresas e 45,6% das grandes assinalaram que os investimentos planejados destinam-se principalmente ou exclusivamente ao mercado doméstico. A sondagem apontou ainda que os empresários não consideram o parque fabril como um empecilho à produção no curto prazo. Apenas 16,8% deles acreditam que a capacidade produtiva de sua empresa não é suficiente para atender a demanda prevista para o próximo ano. Há um ano, essa foi a resposta de 21,1% dos entrevistados.