A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) afirmou na sexta-feira que o aumento da violência prejudica as liberdades básicas da cidade e apelou por uma guerra total contra a delinqüência.
– Não há mais tempo a perder. Deve haver uma solução prática – disse a Firjan em um raro e amargo pronunciamento de véspera de Ano Novo, enquanto a cidade se preparava para grandes comemorações.
O comunicado, intitulado “Brasil, escuta o grito do Rio”, foi publicado em três páginas inteiras do jornal O Globo. Uma flecha simbolizando a violência atravessa as páginas do comunicado.
– Em nome de sua vida e de sua liberdade, leia atentamente até o final (o aviso). Depois, retire-o do jornal, coloque-o em uma parede, comente com seus amigos e estenda a sua indignação e ressentimento, assim como o nosso – disse a federação ao pé das páginas.
A Firjan citou o seu próprio estudo, baseado em respostas de 2.665 trabalhadores da indústria do estado do Rio de Janeiro, segundo o qual 43 por cento dos consultados sofreram algum tipo de violência direta ou relataram a ocorrência de casos entre seus familiares.
A Firjan disse que a polícia estava tentando cumprir seu dever, mas que isto não era o suficiente. As autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial devem unir-se em uma estratégia conduzida pelo governo federal e em ajuda para a população, acrescentou o jornal.
A federação disse ter apresentado um plano ao Ministério da Justiça para melhorar a segurança pública, fazendo do combate à delinqüência, incluindo o tráfico de drogas e armas e a corrupção, uma “prioridade nacional absoluta”.
As taxas de homicídios no Rio de Janeiro figuram entre as mais altas do mundo. As redes de narcotráfico controlam muitas das 600 favelas da cidade, habitadas principalmente por trabalhadores de baixa renda,e travam batalhas pelo controle de pontos de distribuição de drogas quase diariamente.