O aumento nos novos casos de infecção por HIV e Aids entre homossexuais e bissexuais em vários Estados norte-americanos sustenta o temor de que a doença esteja ressurgindo no país. O crescimento foi registrado por um estudo federal divulgado na quarta-feira.
O relatório dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), divulgados por ocasião do Dia Mundial de Combate à Aids, disse que o número de novos diagnósticos de HIV/Aids cresceram 11% entre 2000 e 2003 entre homens gays e bissexuais de 32 Estados norte-americanos.
Na maioria dos outros setores da população as taxas se mantiveram estáveis, e a taxa geral de infecção cresceu de 19,5 casos por 100 mil habitantes em 2000 para 19,7 casos em 2003.
A Aids já matou cerca de meio milhão de norte-americanos e 22 milhões de pessoas no mundo todo desde 1981.
Acredita-se que a maioria dos cerca de 900 mil americanos HIV-positivo seja composta por gays e bissexuais.
Especialistas em saúde pública vêm alertando o país sobre um possível fortalecimento da epidemia, que foi contida no início dos anos 1990 com o desenvolvimento dos anti-retrovirais.
Desde o fim dos anos 1990, as mortes por Aids nos EUA se estabilizaram em 16 mil por ano, e as novas infecções se mantiveram em 40 mil ao ano. Mas a doença mostrou sinais de um ressurgimento, principalmente entre homens homossexuais e bissexuais.
Entre 2000 e 2003, um total de 125.800 pessoas foram diagnosticadas com o HIV ou com Aids nos 32 Estados, segundo o relatório. Quarenta e quatro por cento dos novos casos eram de homens gays ou bissexuais. “Homens que têm relações sexuais com homens continuam a constituir uma proporção significativa dos casos de HIV/Aids”, disse o CDC.
Os negros, que representam cerca de 13 % da população dos EUA, respondem por até 51,3 % de todos os novos casos de HIV e Aids diagnosticados no período.
Nova York, Califórnia e outros Estados que não registraram nominalmente os casos de HIV e Aids por pelo menos quatro anos foram excluídos do levantamento.
Também houve um preocupante aumento na ocorrência de sífilis e de outras doenças sexualmente transmissíveis, também entre os homossexuais e bissexuais.
O governo dos EUA decidiu no ano passado enfatizar programas que dêem maior atenção às pessoas que já estão infectadas. Alguns ativistas, porém, temem que a nova abordagem reduza o financiamento de campanhas pelo uso de preservativos por pessoas não-infectadas.
O CDC, que espera reduzir à metade o número de novas infecções anuais por HIV em cinco anos, também recomendou a ampliação dos exames para detectar o HIV em mulheres grávidas, em usuários de drogas intravenosas e em pessoas que façam sexo sem proteção.