Inflação tem maior alta para maio em 20 anos

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Publicado sexta-feira, 20 de maio de 2016 as 10:51, por: CdB

A prévia da inflação oficial do país, subiu 0,86% em maio, ante avanço de 0,51% em abril

Por Redação, com Reuters – de São Paulo:

A inflação brasileira acelerou mais do que o esperado e registrou o maior nível para maio em 20 anos, voltando a ganhar força no acumulado em 12 meses, reforçando a ideia de que o Banco Central não deve reduzir os juros básicos tão cedo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, subiu 0,86% em maio, ante avanço de 0,51% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

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Sob a pressão dos preços de remédios e alimentos, esta foi a segunda vez seguida que o IPCA-15 acelerou a alta na base mensal

Sob a pressão dos preços de remédios e alimentos, esta foi a segunda vez seguida que o indicador acelerou a alta na base mensal e a leitura é a mais elevada para maio desde 1996 (+1,32 por cento).

Com isso, o IPCA-15 acumulou nos últimos 12 meses avanço de 9,62%, após 9,34% no mês anterior, bem acima do teto da meta do governo – de 4,5% pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

As maiores influência para o resultado mensal do IPCA-15 vieram de alimentos e remédios, que juntos contribuíram com 0,48 ponto percentual para índice e responderam por 56 por cento da taxa do mês.

Os preços dos remédios subiram 6,50% em maio como reflexo do reajuste de 12,50% que está em vigor desde o início de abril. Com isso o grupo Saúde e Cuidados Pessoais registrou a variação mais alta, de 2,54%, no período.

Alimentação e Bebidas, com importante peso sobre a renda das famílias, avançou 1,03%. Embora represente alívio sobre a alta de 1,35% em abril, o grupo teve o segundo maior impacto sobre o IPCA-15 do mês.

Com a recessão econômica que assola o país, a expectativa é de que a inflação desacelere, porém ainda termine este ano acima do teto da meta do governo, como mostra a pesquisa Focus do Banco Central, que aponta alta do IPCA de 7,00%.

Esse é o cenário que o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, terá que encarar. Indicado nesta semana pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para assumir o posto, ele terá de passar ainda por sabatina e aprovação pelo Senado.

O mercado vê espaço para redução da taxa básica de juros, atualmente em 14,25%. Ilan, que era economista-chefe do Itaú, vinha destacando que a recessão e o enfraquecimento do dólar estavam entre os fatores que deveriam contribuir para a redução das expectativas de inflação, abrindo espaço para o início do ciclo de corte de juros a partir de julho.