Inflação tende a cair em 2022, mas a um sacrifício imenso

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Publicado Segunda, 27 de Dezembro de 2021 às 13:19, por: CdB

“Frente à atual alta dos preços, a resposta de política econômica tem sido tão somente a elevação drástica e substancial da taxa básica de juros, a taxa Selic”, observa o Dieese em nota técnica. De março para dezembro, a taxa passou de 2% para 9,25% ao ano. E deve continuar subindo nas próximas reuniões.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
Ausência de políticas públicas, aguda incerteza internacional, pressões represadas e calendário eleitoral são alguns dos fatores apontados pelo Dieese para questionar projeções de inflação menor em 2022, depois de atingir os dois dígitos neste ano. Os resultados finais do IPCA e do INPC serão conhecidos em janeiro, mas a chamada “prévia” já mostrou taxa de 10,42% no encerramento de 2021, a maior para o IPCA-15 em seis anos.
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A inflação deve terminar este ano acima da meta e na casa dos dois dígitos, segundo o Banco Central
“Frente à atual alta dos preços, a resposta de política econômica tem sido tão somente a elevação drástica e substancial da taxa básica de juros, a taxa Selic”, observa o Dieese em nota técnica. De março para dezembro, a taxa passou de 2% para 9,25% ao ano. E deve continuar subindo nas próximas reuniões.

Estrutura

Assim, a inflação não cai, mas o processo beneficia alguns. O Dieese lembra que cada ponto percentual nos juros “significa uma transferência de dezenas de bilhões de reais aos detentores/as privados/as dos títulos públicos (especialmente bancos e grandes fundos de investimento e de pensão, nacionais e estrangeiros)”. Há, no entanto, um grupo de ganhadores “atrelados à inflação”, que podem se beneficiar, inclusive, de políticas de governo. “Concretamente, a combinação da queda no poder de compra, corroído pela inflação, com a elevação dos juros vai atrofiar ainda mais a estrutura produtiva e refrear os investimentos, afetando mais negativamente pequenas e médias empresas, empregos e salários, num país com mais de 13 milhões de desempregados/as e um tecido social esgarçado pelas reformas neoliberais e a crise dos últimos anos”, resume o Dieese.
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