Irã anuncia reforço de programa de mísseis

Arquivado em:
Publicado Sexta, 22 de Setembro de 2017 às 10:28, por: CdB

Em desfile militar, Forças Armadas iranianas apresentam míssil balístico com alcance de dois mil quilômetros. "Não precisamos da permissão de ninguém para defender a nossa pátria", diz presidente

Por Redação, com DW - de Teerã:

As Forças Armadas do Irã exibiram, nesta sexta-feira, um novo míssil balístico com um alcance de dois mil quilômetros durante um desfile militar em Teerã, apesar das advertências dos Estados Unidos contra o programa armamentista do país.

ira.jpg
Rohani: "Queiram ou não, vamos reforças nossas capacidades militares"

O míssil, nomeado Jorramshahr, é capaz de transportar múltiplas ogivas; de acordo com o general de brigada, Amir Ali Hajizadeh, citado pela televisão estatal. Hajizadeh, comandante da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, explicou que o míssil é de "um tamanho menor e mais tático e estará operacional num futuro próximo".

Este novo avanço militar ocorre, apesar da recente imposição de Washington, em meio a várias rodadas de sanções contra entidades e indivíduos iranianos ligados ao programa de mísseis de Teerã.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou que seu país aumentará sua capacidade militar e reforçará seus programas armamentistas; incluindo o de mísseis. "Queiram ou não, vamos reforças nossas capacidades militares, necessárias em termos de dissuasão. Não precisamos da permissão de ninguém para defender a nossa pátria", disse Rohani; durante um desfile militar em Teerã em comemoração ao início da guerra entre Irã e Iraque, em 1980. "Vamos desenvolver os nossos mísseis e também as nossas forças aérea, terrestre e marítima."

O Irã desenvolveu um vasto programa balístico nos últimos anos, o que levou os Estados Unidos, mas também a Arábia Saudita – principal rival na região – e alguns países europeus, como França, e também Israel a manifestarem suas preocupações. O Irã sempre defendeu que seu programa militar é apenas defensivo.

A tensão entre Teerã e Washington ficou evidente nesta semana, na Assembleia Geral da ONU, na qual o presidente norte-americano, Donald Trump, fez duras críticas contra os programas militares da República Islâmica e o acordo nuclear assinado em 2015 entre Irã e seis grandes potências mundiais.

Trump

O presidente norte-americano chamou de vergonhoso o acordo nuclear e disse que seu governo pode abandoná-lo se suspeitar que ele "proporciona cobertura para uma eventual construção de um programa nuclear".

– Francamente, esse acordo é uma vergonha para os EUA, e não acredito que os senhores tenham ouvido a minha última palavra a respeito – disse Trump; que definiu o Irã como uma "ditadura corrupta"; que tenta desestabilizar o Oriente Médio. Ele pediu ao governo em Teerã para que pare de "financiar o terrorismo".

Na quarta-feira, o presidente do Irã usou seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas pararebater as críticas de Trump. "Seria uma grande pena se esse acordo (nuclear) fosse destruído por corruptos recém-chegados ao mundo político. O mundo perderia uma grande oportunidade", afirmou.

– Ao violar seus compromissos internacionais, a nova gestão norte-americana só destrói sua própria credibilidade; e mina a confiança internacional em negociar com o país ou aceitar sua palavra ou promessa – conclui Rohani.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo