O embaixador iraquiano em Amã, Haidar al-Azari, disse que os países da região, incluindo a Jordânia e o Iraque, têm acordos estratégicos com Washington. O diplomata iraquiano descartou a possibilidade dos Estados Unidos retirarem suas forças da região do Oriente Médio.
Por Redação, com Sputnik - de Teerã/Washington
O embaixador iraquiano em Amã, Haidar al-Azari, disse à agência russa de notícias Sputnik que os países da região, incluindo a Jordânia e o Iraque, têm acordos estratégicos com Washington.
Rússia
Haidar al-Azari, que atuou como embaixador do Iraque em Moscou entre 2016 e 2019, também destacou a importância do papel da Rússia na sua relação com os países da região. – O Iraque é um parceiro importante para a Rússia, assim como para os EUA. É preciso haver um equilíbrio entre as grandes potências preocupadas com o Oriente Médio – disse ele. – Acredito que EUA e Rússia deveriam estar representados na região. Os países regionais têm relações sólidas com eles. Quanto ao nosso papel, devemos saber como lidar com [esses] dois Estados – acrescentou. No final de fevereiro, o presidente iraquiano, Barham Salih, por sua vez, disse que nem Bagdá, nem Washington, querem ter forças dos EUA no país, embora ambos estejam empenhados em manter a luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em uma série de países).Pacto entre Israel e Arábia Saudita
Em conferência de imprensa, Estados Unidos dizem que têm a intenção de "recalibrar" sua relação com a Arábia Saudita, mas que valores da "América" devem estar em primeiro lugar.
Em conferência de imprensa na segunda-feira divulgada no site da Casa Branca, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, afirmou que Washington quer avançar para uma agenda mais ampla em seu relacionamento com Riad, incluindo a mediação de um acordo de paz entre o reino saudita e Israel, mas que só poderá realizar tais ações se a Arábia Saudita melhorar seu histórico de direitos humanos.
– Buscamos uma parceria que reflita nosso importante trabalho conjunto e nossos interesses e prioridades comuns, mas também uma parceria conduzida com maior transparência, responsabilidade e de acordo com os valores da América. Ao restabelecer as expectativas dos Estados Unidos para nosso relacionamento com a Arábia Saudita, nossa intenção é tornar essa parceria, que já tem cerca de 80 anos, ainda mais sustentável daqui para frente – disse o porta-voz do Departamento de Estado.
Embora o governo de Joe Biden tenha falado sobre sua intenção de conciliar mais países nas relações com Israel, esta é a primeira vez que a Arábia Saudita é mencionada nesse contexto.
– (Queremos) usar nossa liderança para forjar laços em toda a divisão mais amarga da região, seja encontrando o caminho de volta com o Irã para um diálogo regional significativo, ou forjando uma paz histórica com Israel (...) – disse Price na conferência.
Jerusalém não tem relações diplomáticas com a Arábia Saudita, mas manteve laços clandestinos de longa data que se fortaleceram nos últimos anos, quando os dois países enfrentaram uma ameaça comum no Irã, segundo o The Times of Israel.
Fontes do Estado israelense disseram que o ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniram com príncipe saudita Mohammed bin Salman na cidade de Neom, no mar Vermelho, em novembro de 2020. A reunião, negada por Riad, alimentou especulações sobre um acordo de normalização entre Israel e Arábia Saudita, segundo a mídia.
O porta-voz do Departamento de Estado também destacou que existem outras questões entre os EUA e a Arábia Saudita, incluindo a ofensiva militar saudita no Iêmen e um tratamento mais amplo dos direitos humanos por Riad. Esses assuntos teriam forte impacto sobre sua futura relação com o reino saudita.
– Olhando para o futuro, as ações sauditas determinarão o quanto dessa ambiciosa agenda positiva compartilhada podemos alcançar. Estamos trabalhando para colocar o relacionamento no caminho certo (...), ao mesmo tempo em que abordamos as graves preocupações que o presidente e nossa equipe compartilham com o Congresso e muitos norte-americanos – disse Price citado pela publicação da Casa Branca.
Na última sexta-feira, o governo Biden desclassificou um relatório de inteligência que acusa o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi na Turquia em 2018, e decidiu não penalizar o príncipe saudita.