Os protestos, que começaram devido aos problemas econômicos, adquiriram uma dimensão política rara, e um número crescente de jovens está pedindo a renúncia de Khamenei
Por Redação, com Reuters – de Londres/Teerã:
Manifestações pró-governo realizadas em várias cidades do Irã atraíram milhares de participantes nesta quarta-feira, após seis dias de protestos raros de opositores ao regime que pegaram a liderança do país de surpresa.

A televisão estatal iraniana transmitiu imagens ao vivo de passeatas em Kermanshah, Ilam e Gorgan; nas quais os manifestantes portavam bandeiras do Irã e fotos do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.
Horas mais cedo Khamenei havia acusado os inimigos da nação de fomentarem os distúrbios.
Nesta quarta-feira, os manifestantes pró-governo expressaram seu apoio a Khamenei, bradando: “O sangue em nossas veias é um presente ao nosso líder” e “Não abandonaremos nosso líder”.
Protestos
Os protestos, que começaram devido aos problemas econômicos, adquiriram uma dimensão política rara; e um número crescente de jovens está pedindo a renúncia de Khamenei.
Essas são as maiores manifestações desde os tumultos que se seguiram à questionada reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad em 2009.
Ao menos 21 pessoas morreram durante os protestos iniciados na semana passada; incluindo dois membros das forças de segurança.
Mais de 450 manifestantes foram presos na capital Teerã nos últimos dias; e centenas de outros foram detidos em todo país, segundo autoridades. Um funcionário do Judiciário disse que alguns podem enfrentar a pena de morte.
– Os arruaceiros sediciosos deveriam ser executados – bradavam os participantes das marchas nesta quarta-feira; e cartazes que eles levavam diziam que “mãos ocultas” hostis guiadas pelos Estados Unidos, Israel e o Reino Unido deveriam ser decepadas.
Na tentativa de controlar o fluxo de informação e convocações de passeatas antigoverno; as autoridades de Teerã restringiram o acesso ao aplicativo de mensagens Telegram e ao Instagram, de propriedade do Facebook.
Os preços altos, a suposta corrupção e a má administração estão insuflando a revolta. O presidente Hassan Rouhani defendeu um acordo fechado com potências mundiais em 2015; para conter o programa nuclear iraniano em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais. Mas não conseguiu cumprir as promessas de prosperidade no país; onde o desemprego chegou a 28,8 % no ano passado.