Iraquianos admitem cessar fogo se EUA não prenderem Sadr

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Publicado Domingo, 11 de Abril de 2004 às 07:52, por: CdB

Os membros do Conselho de Governo Iraquiano fizeram uma proposta aos Estados Unidos que considera um acordo para acabar a revolta xiita islâmica se os EUA concordarem em não prender o líder xiita Moqtada al Sadr. A informação foi dada por membros do Conselho e divulgada pela agência de notícias Reuters neste domingo.

Os membros do Conselho teriam afirmado que o administrador americano no Iraque, Paul Bremer, mostrou-se receptivo. Um juiz iraquiano emitiu uma ordem de prisão contra Al Sadr pelo assassinato de Abdel Majid al Khoei, um clérigo xiita que foi esfaqueado por uma multidão em Najaf, em abril do ano passado. Os EUA também emitiram uma ordem há meses atrás, mas ela só foi divulgada no último dia 5, depois que seguidores do líder atacaram as forças de coalizão no Iraque.

Adnan Ali, o porta-voz do partido xiita Dawa, que está representado no Conselho, disse que os oficiais americanos suavizaram pessoalmente suas posições sobre a prisão de Al Sadr. Segundo ele, um acordo está esperado para acontecer nos próximos dias.

Ali também afirmou que o acordo pode incluir a dispensa da milícia armada por Al Sadr, o abandono de prédios públicos que ele ocupa e garantias de que os EUA não irão causar danos ao líder. "Os procedimentos legais contra Al Sadr só serão tomados por iraquianos", afirmou.

Um oficial da administração liderada pelos EUA no Iraque disse que a coalizão está aberta a sugestões para resolver a crise, mas que o objetivo público dos EUA em prender Al Sadr e derrotar os rebeldes é imutável. O oficial, que não quis se identificar, afirmou que Moqtada é livre para voltar pacificamente se quiser. Caso contrário, medidas terão que ser tomadas.

Al Sadr afirmou que não está envolvido no assassinato de Al Khoei, filho do falecido aiatolá Abu al Qassem al Khoei, na cidade de Najaf no ano passado.

No último dia 5, a administração americana no Iraque ordenou a prisão do clérigo xiita Al Sadr. Os confrontos entre as tropas da coalizão, lideradas pelos EUA, e os xiitas aliados de Al Sadr deixaram centenas de mortos, entre membros das forças internacionais que ocupam o país e civis iraquianos.

Para o presidente dos EUA, George W. Bush, a prisão de Al Sadr é uma etapa da proteção da democracia. "Esta é uma pessoa que está decidindo que, em vez de deixar a democracia florescer, ele vai usar a força", disse Bush naquele dia.

Para reprimir a revolta fomentada por Al Sadr, que se diz orgulhoso por ter sido declarado "fora da lei" pelo administrador americano Paul Bremer, as forças americanas estão atuando em várias cidades do país.

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