Um palestino armado entrou na sexta-feira nas Colinas de Golã, vindo da Síria, e disparou contra soldados israelenses, em um incidente incomum pelo qual o Estado judaico responsabilizou o governo sírio.
As Forças Armadas de Israel capturaram o agressor solitário, um militante de 21 anos da Fatah, a facção palestina ligada ao presidente Mahmoud Abbas. Segundo os militares, o palestino contou pretender sequestrar um soldado israelense e levá-lo para a Síria. Não houve vítimas.
Israel, que recentemente acusou o governo sírio de atrapalhar a trégua entre palestinos e israelenses atualmente em vigor, classificou o incidente de uma “grave violação” do acerto selado em 1973 depois da Guerra do Yom Kippur.
– Os sírios deveriam impedir que terroristas armados atravessassem a fronteira. Exigimos que o acordo seja respeitado integralmente – disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel
A Síria, que há anos tenta recuperar o controle sobre as Colinas do Golã, ocupadas por Israel desde 1967, não fez comentários sobre o incidente.
Autoridades israelenses disseram suspeitar que a Síria desejava minar os esforços do Estado judaico para selar a paz com os palestinos a fim de desviar as atenções da pressão internacional exercida sobre o país para que retire suas forças do Líbano.
O homem armado, que saiu de um campo de refugiados palestinos na Síria, atravessou uma cerca, na fronteira, e disparou contra um posto de controle do Exército de Israel em uma tentativa de explodir tanques de combustível, disseram oficiais das Forças Armadas.
O agressor acabou cercado e capturado depois de ter disparado todas as suas balas. O homem desejaria vingar a morte de parentes que perderam a vida em uma ofensiva militar de Israel no Líbano, nos anos 1980, disse a Rádio do Exército.