Ivan Lins e Raul Seixas inspiram documentário de Reichembach

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Publicado terça-feira, 5 de outubro de 2004 as 12:28, por: CdB

O diretor gaúcho Carlos Reichembach, que mostrou seu 14o. filme no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, já está envolvido em seu novo projeto, Sessenta em 2005, um documentário que vai focalizar personalidades como Raul Seixas, Ivan Lins e Assis Brasil.

Mas o que um roqueiro, um compositor e um escritor têm em comum? Assim como o próprio Reichembach, todos eles nasceram em junho de 1945.

– Quero falar de uma geração que nasceu imediatamente depois da guerra e que teve o privilégio de viver muita coisa em muito pouco tempo – disse Reichembach à Reuters, após a exibição de Bens Confiscados, no domingo.

– São pessoas de uma sintonia e sensibilidade muito parecidas.

O projeto nasceu da vontade de fazer um curta sobre os 60 anos de Ivan Lins, mas a idéia foi tomando contornos maiores. Agora o diretor já está até coletando informações de qualquer pessoa que complete 60 anos em junho de 2005 — basta mandar um email para sessenta+olhoslivres.com.

– Quero ressuscitar Raul Seixas, quero celebrar seus 60 anos como se ele ainda estivesse vivo – explicou Reichembach sobre o músico baiano, morto em 1989.

– Vamos filmar todos os covers do Raul, são pessoas incríveis, levam uma vida como se de fato Raul ainda existisse.

O filme ainda está em fase de captação de recursos e será rodado 80 por cento em digital, de janeiro a junho. O diretor que fazer uma grande festa junina em Teresópolis, onde Ivan Lins mora, no dia do aniversário do músico, dia 16 de junho.

Reichembach pretende filmar em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Salvador e Minas Gerais.

No segundo semestre de 2005, Reichembach continuará sua saga ABC Clube Democrático. Trata-se de um ciclo de seis filmes, dos quais apenas o primeiro — Garotas do ABC — já foi rodado e lançado.

Lucineide Falsa Loura, título provisório, retoma o universo da mulher proletária do Grande ABC paulista, desta vez focando uma personagem que persegue os programas musicais de auditório.

– Cada um dos seis roteiros repete a fábrica, onde as meninas trabalham, e o clube operário que elas frequentam. Mas cada filme traz um história individual e tem também um gênero diferente, para no final formar um painel do grupo todo – explicou o diretor, que qualificou o novo trabalho como um “musical brega”.