Jader redige a carta de renúncia mas diz que volta no próximio mandato

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Publicado Terça, 02 de Outubro de 2001 às 10:32, por: CdB

Jader Barbalho reafirmou, no final da manhã desta terça-feira, que vai mesmo renunciar ao mandato de senador da República. "Eu me afasto do Senado, mas não da vida pública", disse o parlamentar, durante participação no programa "Argumento", produzido e transmitido pela RBA, filiada à Rede Bandeirantes de Televisão e da qual o senador é proprietário. O senador paraense deve, por meio de sua assessoria, entregar uma carta-renúncia à Mesa Diretora do Senado nesta terça-feira. Ele não realizará um discurso na tribuna da Casa. Jader vai renunciar para não perder seus direitos políticos, já que pretende ser candidato a governador do Pará em 2002. "Não vou dar a chance de me deixarem oito anos fora da vida pública, inelegível", disse Jader. "Ano que vem participo do processo eleitoral. Só Deus e o povo do Pará é que vão dizer se eu devo ou não ser governador do Pará, se devo ou não concorrer ao Senado no ano que vem", acrescentou o senador. Ainda não se sabe quem vai assumir o seu lugar no Senado. O primeiro suplente de Jader é seu pai, Laércio Wilson Barbalho, de 82 anos. Ele já adiantou que não vai ficar com o cargo. O segundo suplente é seu assessor e amigo pessoal, Fernando Ribeiro, que também não quer substituí-lo. A confirmação da renúncia saiu minutos depois que o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a liminar que o senador pediu na última quinta-feira. Jader queria que fosse suspensa a instauração do processo de cassação pela Mesa Diretora. Se realmente renunciar nesta terça-feira, Jader perderá seu direito à imunidade parlamentar. Com isso, pode ter sua prisão preventiva decretada por algum juiz nos processos em que é julgado. O pedido de prisão pode ser feito também pelos promotores do caso Banpará. Sem saída Na segunda-feira, o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), já havia anunciado o nome do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) como relator do caso na Mesa Diretora. Com isso, começou a correr o prazo de oito dias para que o senador paraense renunciasse. Jader optou pela renúncia porque não teve saída. Ele tentou de tudo. Afastou-se da presidência do Senado em julho. Há duas semanas reassumiu, mas, em seguida, renunciou ao cargo para o qual havia sido eleito em fevereiro. Com seu apoio, Ramez Tebet foi eleito duas semanas atrás. Depois, tentou protelar a votação do relatório que recomenda a abertura do processo de cassação no Conselho de Ética. Com a ajuda do presidente do Conselho, senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), adiou a decisão por uma semana. Jader fez o recurso alegando amplo direito de defesa que Juvêncio remeteu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na última quarta-feira, a CCJ negou o recurso. Um dia depois, Jader foi ouvido no Conselho de Ética por uma hora e meia. No mesmo dia, só que no período da tarde, o relatório foi aprovado por 11 votos a favor e quatro contra, todos de peemedebistas. Pressão interna Com a aprovação do relatório, foi disparada a contagem regressiva para a renúncia. Seus colegas de partido também começaram a pressionar. O primeiro foi o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), que ligou para ele perguntando em que dia renunciaria. Durante o último fim de semana, integrantes da cúpula também orientaram Jader para que renunciasse logo. Na manhã de segunda-feira, foi a vez do senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmar que o paraense tomasse essa decisão o mais rápido possível. "Caso contrário, vou votar pela cassação", disse. As denúncias Se não renunciasse, Jader Barbalho sofreria processo pelo Conselho de Ética devido a duas acusações: 1) por mentir ao negar ter sido beneficiado por recursos do Banpará quando foi governador do Pará na década de 80; 2) por cometer abuso de poder ao reter um requerimento ao Banco Central sobre informações do Banpará, enquanto era presidente do Senado. Contudo, outras denúncias investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal pesam sob

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