Japão anuncia que não pretende compartilhar energia nuclear com EUA

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Publicado Terça, 01 de Março de 2022 às 10:37, por: CdB

O premiê assegurou que sua nação não tem intenção de compartilhar sua energia nuclear com Washington, rejeitando assim a ideia de abrigar armas nucleares norte-americanas como medida dissuasora, informou a mídia local.

Por Redação, com Sputnik - de Tóquio

O primeiro-ministro do país asiático, Fumio Kishida, se pronunciou sobre a questão durante o discurso de segunda-feira no Parlamento do país.

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O primeiro-ministro do país asiático, Fumio Kishida

O premiê assegurou que sua nação não tem intenção de compartilhar sua energia nuclear com Washington, rejeitando assim a ideia de abrigar armas nucleares norte-americanas como medida dissuasora, informou a mídia local.

– É inaceitável dado o posicionamento de nosso país de manter os três princípios não nucleares – assegurou o chefe do governo durante seu pronunciamento em relação à atual situação na Ucrânia.

Suas declarações ocorrem logo depois que Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês entre 2012 e 2020, afirmou no domingo na televisão que Tóquio deveria discutir com Washington a opção de compartilhar energia nuclear.

– É necessário entender como se mantém a segurança do mundo. Não devemos tornar tabu as discussões sobre a realidade que enfrentamos – sublinhou Abe. "Como país que sofreu bombardeios atômicos, devemos defender o objetivo de abolir as armas nucleares."

Mesmo que dependa do guarda-chuva nuclear dos EUA, o Japão mantém seus três princípios de não produzir, possuir ou permitir armas nucleares em seu território. Durante a Segunda Guerra Mundial, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram devastadas pelas bombas atômicas lançadas pelo país norte-americano.

Além do Reino Unido e França, cinco membros não nucleares da OTAN, Turquia, Alemanha, Itália, Bélgica e Países Baixos, possuem armas nucleares norte-americanas em seus territórios no quadro de acordos de intercâmbio nuclear.

Sanções

O Japão juntou-se às sanções europeias contra a Rússia pela sua operação especial militar na Ucrânia. Em particular, nesta terça-feira o governo japonês decidiu congelar os ativos do presidente Vladimir Putin, do chanceler Sergei Lavrov e do vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, Dmitry Medvedev, entre outras figuras políticas.

A Rússia anunciou nesta quinta-feira (24) o início de uma operação militar especial na Ucrânia depois de as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk terem solicitado proteção contra ataques intensificados do Exército ucraniano.

Em declaração nesta quinta-feira (24), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial na região de Donbass, onde ficam as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL, respectivamente).

A Defesa russa informou que as Forças Armadas do país não realizam ataques aéreos, de foguetes ou de artilharia contra as cidades da Ucrânia.

As tensões entre os dois países já vinham aumentando nos últimos meses, devido a uma aproximação da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e à possibilidade de instalação de poderosos armamentos ocidentais perto das fronteiras russas.

– Ao todo, 1.114 instalações da infraestrutura militar ucraniana foram atingidas pelo Exército russo desde o início da operação. Destes, 31 postos de comando e um de comunicação do Exército ucraniano – afirmou o major-general.

Ele acrescentou que foi obtido controle sobre as cidades Berdyansk e Energodar, o mesmo acontecendo com a usina nuclear de Zaporozhye.

O Ministério da Defesa da Rússia fez um apelo aos moradores de Kiev.

– Todos os residentes da cidade podem deixar a capital ucraniana sem obstáculos através da rodovia Kiev-Vasilkov. Esta via está aberta e é segura – afirmou.

– Já que nós e a Rússia estamos na União Econômica Euroasiática, então, claramente, as sanções impostas à Rússia afetam sem dúvida a economia de todos os membros da União. Além disso, existe ainda um grande bloco de problemas, que se levantará em relação ao trânsito dos produtos, ao comércio, agora isso gera a maior preocupação – disse à agência russa de notícias Sputnik o vice-premiê e chanceler cazaque, Mukhtar Tleuberdi.

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