Joe Biden recebe Bolsonaro em cúpula esvaziada

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Publicado Quinta, 09 de Junho de 2022 às 10:51, por: CdB

Os norte-americanos ofereceram a reunião bilateral para Bolsonaro como forma de atrair a presença do presidente brasileiro para a cúpula e minimizar a ausência de outros líderes que boicotaram o encontro.

Por Redação, com Opera Mundi - de Los Angeles

Uma potencial tensa reunião entre os presidentes de Brasil e Estados Unidos é esperada para esta quinta-feira na Cúpula das Américas, que começou segunda e vai até esta sexta-feira em Los Angeles. Esta será a primeira vez que Jair Bolsonaro, um admirador declarado do ex-mandatário norte-americano republicano Donald Trump, se encontrará com o democrata Joe Biden.
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Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden
A primeira reunião bilateral entre Bolsonaro e Biden ocorrerá, portanto, um ano e meio depois que o democrata assumiu o governo dos EUA. Após Trump ser derrotado na eleição de novebro de 2020, Bolsonaro não escondeu sua insatisfação com a vitória de Biden. O presidente norte-americano, por outro lado, até mesmo antes de ser eleito, fez advertências contra a política ambiental do líder brasileiro. Quando Bolsonaro aceitou o convite para a cúpula, à agência de notícias norte-americana AP informou que ele havia pedido para Biden não questioná-lo sobre seus constantes ataques contra o sistema eleitoral brasileiro. Na ocasião, a AP citou três ministros do gabinete de Bolsonaro sob a condição de anonimato. O conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, negou que o presidente norte-americano tivesse concordado com quaisquer condições para o encontro com o brasileiro. Segundo Sullivan, não haverá temas proibidos na conversa e os dois líderes devem abordar o tema de "eleições livres, transparentes e democráticas". Os norte-americanos ofereceram a reunião bilateral para Bolsonaro como forma de atrair a presença do presidente brasileiro para a cúpula e minimizar a ausência de outros líderes que boicotaram o encontro. Concorrendo à reeleição, Bolsonaro tem aparecido em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda nesta quinta-feira, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, deve se reunir com líderes caribenhos para discutir a proteção ambiental e as mudanças climáticas. Já a primeira-dama, Jill Biden, será a anfitriã de um brunch para os cônjuges dos líderes. Nesta sexta-feira, Biden deverá falar sobre migração, uma questão chave para o seu governo, já que cada vez mais pessoas têm fugido da violência e das dificuldades econômicas na América Latina e, com isso, rumado para a fronteira dos EUA com o México. Biden conceituou seu novo plano migratório como detentor de uma "abordagem inovadora e integrada", com responsabilidade compartilhada em todo o hemisfério. Ainda assim, entretanto, forneceu poucos detalhes sobre o tema.

Relações com a China em foco

Na quarta-feira, uma das principais pautas do discurso de Biden foi o estreitamento das relações dos países latino-americanos com a China. Devido a isso, uma nova proposta econômica para a região foi anunciada pelo presidente norte-americano, a Parceria das Américas para a Prosperidade Econômica. A fala de Biden enfatizou o maior envolvimento econômico dos EUA na América Latina, incluindo mais investimentos e reforçando os acordos comerciais já existentes, em uma clara tentativa de afastar os líderes latino-americanos das promessas chinesas de investimentos em projetos de infraestrutura de larga escala na região. Ele também insistiu para que os governantes preservem e fortaleçam a democracia. A iniciativa dos EUA visa a recuperação econômica e o investimento em países das Américas Central, do Sul e Caribe, a exemplo do revigoramento de instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, cadeias de suprimentos, comércio sustentável e energia limpa.  
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