Joesley diz ter áudios inéditos contra Lula e Dilma

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Publicado Segunda, 11 de Setembro de 2017 às 13:22, por: CdB

Segundo os advogados de Joesley Batista, ao informar à PGR a existência dos arquivos, o empresário não teria violado o acordo de colaboração.

 

Por Redação - de Brasília

 

O tempo de Joesley Batista na prisão tende a ser curto. A valer a regra de que quaisquer provas contra os líderes petistas valem a liberdade dos delatores, o empresário deverá ser liberado após vencidos os cinco dias da prisão temporária a que está submetido desde a tarde de domingo.

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Joesley Batista chegou à sede da PF, na véspera, para cumprir prisão temporária

Segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, Joesley teria feito chegar ao procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, por intermédio de um de seus advogados — durante encontro sigiloso em um botequim de Brasília — que existem áudios inéditos, mantidos no exterior. Neles, consta o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. A informação foi confirmada em depoimento, sob sigilo de Justiça, à PGR, na última quinta-feira. No novo áudio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta deposta Dilma Rousseff seriam citados.

Segundo os advogados do principal acionista do Grupo JBS, ao informar à PGR a existência dos arquivos, o empresário não teria violado o acordo de colaboração. No último dia 1º, o ministro do Supremo (STF), Edson Fachin, havia concedido um prazo mais estendido. Deu em mais 60 dias os delatores (Joesley e Ricardo Saud) anexarem dados ao processo.

Bocca

Joesley Batista e Ricardo Saud chegaram à Superintendência da PF, em Brasília, logo após às 16h. Eles deixaram a sede da PF em São Paulo, onde passaram a noite na carceragem, por uma saída reservada. Os executivos não estavam algemados. Eles foram levados em dois veículos, acompanhados por forte escolta, do Aeroporto de Brasília.

O nome da operação que transportou os empresários é 'Bocca'. Refere-se a 'Bocca della Verità', cuja característica é seu papel como detector de mentiras.

"Desde a Idade Média, acredita-se que se alguém contar uma mentira com a mão na boca da escultura, ela se fecharia 'mordendo' a mão do mentiroso", diz nota da PF.

As prisões foram motivadas pela constatação de Janot de que houve omissão de informações por parte dos delatores, ao receber um áudio de quatro horas de uma conversa dos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud, que mencionavam o ex-procurador da República Marcelo Miller.

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