Johnson critica ameaças de Macron a acordo da UE com Mercosul

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Publicado Sábado, 24 de Agosto de 2019 às 13:36, por: CdB

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou a decisão, um dia depois que o escritório da chanceler alemã Angela Merkel fez o mesmo em Berlim.

Por Redação, com Reuters - de Biarritz O Reino Unido uniu-se à Alemanha neste sábado ao criticar a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de obstruir um acordo comercial entre a União Europeia e o grupo Mercosul dos países sul-americanos para pressionar o Brasil contra incêndios florestais na Amazônia. Em uma declaração surpresa na sexta-feira, Macron disse que havia decidido se opor ao acordo UE-Mercosul e acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de mentir quando minimizou as preocupações com as mudanças climáticas.
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Boris Johnson criticou a decisão, um dia depois que o escritório da chanceler alemã Angela Merkel fez o mesmo em Berlim
Depois de desembarcar no balneário francês de Biarritz para a cúpula de países do G7, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou a decisão, um dia depois que o escritório da chanceler alemã Angela Merkel fez o mesmo em Berlim. - Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso - disse Johnson a repórteres. Na sexta-feira, um porta-voz de Merkel disse que não concluir o acordo comercial com os países Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai do Mercosul “não é a resposta apropriada para o que está acontecendo no Brasil agora”. - A não conclusão do acordo do Mercosul não ajudaria a reduzir a destruição das florestas no Brasil - acrescentou o porta-voz. Uma autoridade do escritório de Macron disse que o líder francês mais tarde explicou sua posição a Merkel. - É algo que o presidente explicou para a chanceler para que ela entenda a posição que ele assumiu ontem e é algo que ela entendeu muito bem - disse. Na quinta-feira, Macron e o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressaram preocupação com os incêndios que assolam a Amazônia, mas Bolsonaro respondeu irritado ao que ele considerava intromissão. O escritório de Macron disse na sexta-feira que as decisões de Bolsonaro nas últimas semanas mostraram que ele decidiu não respeitar os compromissos climáticos que assumiu com a França na última cúpula do G20 em Osaka, Japão. “O presidente só pode concluir que o presidente Bolsonaro mentiu para ele durante a cúpula de Osaka”, acrescentou o Palácio do Eliseu. Bolsonaro rejeitou o que chama de interferência estrangeira nos assuntos internos do Brasil, onde vastas extensões da floresta amazônica estão em chamas. Ele disse que o exército poderia ser enviado para ajudar a combater os incêndios. Os ambientalistas culparam o desmatamento pelo aumento de incêndios e acusam o presidente de direita de relaxar a proteção de uma vasta armadilha de carbono e fator climático crucial para combater a mudança climática global. A França há muito expressa reservas sobre o acordo com o Mercosul, com Macron alertando em junho que ele não assinaria se Bolsonaro desistisse do acordo climático de Paris. A França está preocupada com o impacto em sua vasta indústria agrícola das importações da América do Sul, que não teriam que respeitar os rígidos regulamentos ambientais da UE.
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