Johnson inicia campanha eleitoral após Parlamento vetar Brexit

Arquivado em:
Publicado Quinta, 05 de Setembro de 2019 às 07:32, por: CdB

Parlamentares dão aval a projeto que pode adiar mais uma vez a saída do Reino Unido da UE. Moção de eleição antecipada encaminhada por premiê também é rejeitada pelos deputados.

Por Redação, com Reuters - de Londres

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, iniciou nesta quinta-feira o que, na prática, é uma campanha eleitoral, qualificando uma aliança de partidos opositores que tenta impedir uma separação britânica da União Europeia sem um acordo como derrotistas rendidos ao bloco.
boris-1.jpg
Premiê britânico, Boris Johnson, do lado de fora do número 10 de Downing Street, em Londres
Mais de três anos depois de o Reino Unido decidir deixar a UE por meio de um referendo, o país ruma para uma eleição e o Brexit continua incerto, as opções vão de uma saída sem acordo turbulenta à desistência completa da iniciativa. Após assumir o controle da câmara baixa do Parlamento na quarta-feira, uma aliança de partidos opositores e de rebeldes expulsos do Partido Conservador de Johnson votou para forçá-lo a pedir um adiamento de três meses para o Brexit, ao invés de desfiliar o país sem um pacto de saída no dia 31 de outubro, a data hoje estabelecida por lei. Por trás do som e da fúria da crise do Brexit, uma eleição agora acena a uma nação polarizada. As principais opções à disposição são a insistência radical de Johnson na partida em 31 de outubro, a qualquer preço, e a visão do socialista de esquerda Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, somada à promessa de um novo referendo com a opção de permanecer na UE. “Boris argumentará que agora é hora de as pessoas decidirem, já que o Parlamento as decepcionou, para que possamos resolver isto de uma vez por todas”, disse um porta-voz do premiê. “Jeremy Corbyn continua não somente a bloquear o Brexit, mas agora também está impedindo as pessoas de opinarem ao recusar uma eleição geral”. O opositor Partido Trabalhista classificou a linguagem de Johnson, inclusive chamar Corbyn de “covarde”, como patética, disse que ele tenta imitar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o comparou a uma criança de 3 anos fazendo uma cena.

Eleição

Uma eleição acrescenta mais uma reviravolta na crise do Brexit, que ofusca os assuntos da UE desde 2016, erodiu a reputação do Reino Unido como pilar de estabilidade do Ocidente e fez a libra esterlina oscilar diante da probabilidade de uma saída sem acordo. Indagado se o Brexit acontecerá em 31 de outubro, o principal assessor de Johnson, Dominic Cummings, disse à agência inglesa de notícias Reuters: “Confiem no povo”. Johnson, o garoto-propaganda da campanha pró-desfiliação de 2016, pressiona por uma eleição em 15 de outubro, uma quinzena antes de o país romper com o bloco, mas siglas de oposição estão debatendo qual data aceitariam.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo