O templo Sabarimala de Kerala, Estado do sul indiano, vem provocando tensão desde que o principal tribunal do país determinou no mês passado que proibir o ingresso de algumas mulheres viola o direito ao culto.
Por Redação, com Reuters – de Nilakkal
Grupos hindus de direita atacaram jornalistas mulheres na colina de um templo da Índia nesta quarta-feira, tentando impedir a entrada pela primeira vez em séculos de mulheres que estão em idade de menstruar, apesar da presença de centenas de policiais.
O templo Sabarimala de Kerala, Estado do sul indiano, vem provocando tensão desde que o principal tribunal do país determinou no mês passado que proibir o ingresso de algumas mulheres viola o direito ao culto.
Grupos hindus radicais ameaçaram cometer suicídio coletivo para impedir a entrada das mulheres, uma batalha cultural entre a Suprema Corte, que recentemente emitiu veredictos históricos ao legalizar o sexo gay e o adultério, e organismos tradicionais que ainda têm influência na nação profundamente religiosa.
Os grupos hindus, que incluem o Shiv Sena, ex-aliado do partido Bharatiya Janata do primeiro-ministro, Narendra Modi, dizem que a proibição de acesso a mulheres em idade de menstruar é exigida para apaziguar a principal divindade do templo, Ayyappan, retratada como um deus praticante de yoga que seus seguidores consideram eternamente celibatário.
O governo comunista
O governo comunista de Kerala, que tem inclinação secular, prometeu cumprir o veredicto.
Mas algumas seguidoras vêm sendo impedidas de ir ao local do templo, reabriria pela primeira vez desde o veredicto às 8h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira.
Uma jornalista da CNN News 18 foi agredida por manifestantes, que quebraram as janelas do carro em que ela estava diante da polícia, mostraram imagens do canal.
– Foi chocante os policiais ficarem ali sem fazer nada – disse a repórter Radhika Ramaswamy em uma transmissão do canal. “Os manifestantes tiveram rédea solta e atacaram nosso veículo.”
Saritha Balan, uma jornalista da publicação online The News Minute, disse à TV indiana que foi agredida por manifestantes enquanto acompanhava devotos tentando acessar o local, e equipes de câmeras de vários outros canais tiveram seus veículos vandalizados.