Juiz da família de Aécio Neves investe contra sem-terra em Minas Gerais

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Publicado Sábado, 18 de Novembro de 2017 às 20:19, por: CdB

O juiz, agora, prepara nova investida contra os sem-terra, tão ou mais cruel do que outras tantas. Decidiu pela remoção do acampamento e, consequentemente, de uma escola que atende a crianças e adultos de até 70 anos.

 
Por Redação, com Conexão Jornalismo - de Belo Horizonte

 

Juiz titular da Vara Agrária de Minas Gerais, Octávio de Almeida Neves, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a investir contra os sem-terra, naquele Estado. Ele esteve prestes a ser aposentado, compulsoriamente, por abuso de poder. Foi salvo pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. Neves ordenou a remoção de dezenas de trabalhadores rurais. Ao todo, foram 53 ordens de despejo.

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O juiz, primo de Aécio Neves (PSDB-MG) quer acabar com a única escola da região, que ensina sem-terra

O juiz, agora, prepara nova investida, tão ou mais cruel do que outras tantas. Decidiu pela remoção do acampamento dos sem-terra e, consequentemente, de uma escola que atende a crianças e adultos de até 70 anos. A nova ordem de despejo, marcada para o dia 28 deste mês, pode resultar em violência. A notícia foi veiculada pela jornalista Cristina Chacel, no site Colabora:

Resistência

“A alegria durou pouco. No dia seguinte (a inauguração), 17 de agosto, a má notícia se espalhou como rastilho de pólvora entre as 315 famílias que há três meses acampam na Fazenda São José; no latifúndio que tem, por ironia, o nome de Liberdade. Em última e definitiva decisão, o colegiado de desembargadores de Belo Horizonte concedeu a reintegração de posse ao proprietário da terra, Horácio Dias. Sem apelação, a ordem é de despejo. Em que prazo, ainda não se sabe - revela. Mas agora a data já foi estabelecida. E ocorrerá a um mês do Natal:

“O comando da PM de Minas comunicou que vai realizar no próximo dia 28 de novembro o despejo de 310 famílias que ocupam o Acampamento Gabriel Pimenta, do MST, no município de Coronel Pacheco, na Zona da Mata. As famílias — a grande maioria desempregada e sem ter para onde ir — vão resistir. Um ato político em defesa da ocupação vai acontecer no dia 27, à tarde; e a coordenação regional do movimento convida os companheiros que puderem a pernoitar no Acampamento; pois o despejo está marcado para às 6 da manhã”. 

A ocupação, revela Cristina, ocorre em uma fazenda improdutiva - o que, em tese, já seria motivo de sobra para assentamento. Mais de 50 crianças e 60 idosos moram no lugar. 

Despejo

“A ocupação da fazenda São José aconteceu no dia 4 de junho de 2017 e, desde então, as famílias construíram nas terras improdutivas uma escola, uma padaria, uma ciranda e estão produzindo hortaliças, feijão, abóbora, milho e doces”, acrescentou a jornalista. 

Em sua rede social, Cristina Chacel completou:

“A crise está afetando a população pobre profundamente e muitas pessoas acampadas estão desempregadas. Essas famílias não teriam como sobreviver fora do acampamento, pois não têm condições de pagar aluguel, água, luz e comida, informa a Coordenação Regional do MST. Por esses motivos, "as famílias decidiram que vão resistir ao despejo e responsabilizam o estado caso haja qualquer tipo de violência contra as famílias acampadas”, concluiu Chacel.

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