Justiça da Suécia mantém ordem de prisão contra Assange

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Publicado sexta-feira, 16 de setembro de 2016 as 11:35, por: CdB

Refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, fundador do Wikileaks havia pedido que mandado fosse removido após painel da ONU pedir sua libertação. Ele será interrogado em outubro

Por Redação, com agências internacionais – de Londres/Washington:

Um Tribunal de Apelação na Suécia decidiu nesta sexta-feira manter o mandado de prisão emitido em 2010 contra o fundador do portal Wikileaks, Julian Assange. Refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 para evitar sua extradição, ele responde por duas denúncias de estupro.

Assange, que nega as acusações sobre os supostos abusos, fez um novo pedido
Assange, que nega as acusações sobre os supostos abusos, fez um novo pedido

Assange, que nega as acusações sobre os supostos abusos, fez um novo pedido para que o mandado de prisão contra ele fosse removido após um painel da ONU considerar, em fevereiro, que sua permanência na embaixada do Equador equivale a uma detenção arbitrária. O painel sugeriu que ele fosse libertado e indenizado.

O tribunal sueco sustenta que o enorme interesse público no caso fez com que o mandado fosse mantido. Isso apesar do longo impasse e da passividade dos promotores em prosseguir com as investigações contra Assange serem argumentos favoráveis ao arquivamento da ordem de prisão, afirmou a corte.

– No momento, a detenção nos parece ser tanto eficaz quanto necessária para que as investigações possam prosseguir – diz a decisão.

Assange, de 45 anos, teme que uma possível extradição para a Suécia faça com que ele acabe sendo entregue às autoridades dos Estados Unidos. O Wikileaks é alvo de uma investigação criminal nos EUA por ter revelado documentos secretos de Washington sobre questões de segurança, além de comunicações diplomáticas, em 2010.

Autoridades equatorianas agendaram para o próximo dia 17 de outubro um interrogatório de Assange na embaixada do país em Londres. Segundo a promotoria sueca, o questionamento será conduzido por um promotor equatoriano.

Snowden causou danos

Um comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos lançou um duro relatório na quinta-feira acusando o ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden de mentir sobre o seu histórico, de desavenças com colegas de trabalho e de vazar segredos que “causaram danos tremendos” à segurança dos EUA.

O relatório do Comitê de Inteligência da Câmara declarou que Snowden “não é um denunciante” como ele tem dito em entrevistas e que a maior parte do material que ele roubou da agência era sobre programas de inteligência e defesa de grande interesse para adversários externos dos EUA.

A comissão divulgou apenas um resumo de quatro páginas do que disse ser um relatório investigativo de 36 páginas feito por funcionários do comitê e considerado altamente confidencial. Contudo, o resumo tem palavras fortes sobre as ações e o histórico de Snowden.

O comitê afirmou que, enquanto a “dimensão completa” dos danos causados pelas revelações de Snowden permanece desconhecida, uma revisão do material que ele supostamente comprometeu “deixa claro que ele entregou segredos que protegem tropas norte-americanas no exterior e segredos relacionados a defesas vitais contra terroristas e países.”

A divulgação do relatório pelo comitê coincide com o lançamento de Snowden, filme de Hollywood dirigido por Oliver Stone, que retrata o ex-prestador de serviços da área de inteligência como um denunciante e um herói.

Na quarta-feira, um proeminente grupo de defesa dos direitos humanos pediu abertamente ao presidente Barack Obama para emitir um perdão a Snowden antes de deixar a Casa Branca, uma sugestão feita pelo próprio Snowden ao jornal inglês The Guardian no início da semana.

Autoridades norte-americanas disseram que Obama não está considerando um perdão para Snowden, que está enfrentando acusações criminais nos EUA para fornecer informações secretas a pessoas não autorizadas, e que não há discussão de um perdão dentro do Departamento de Justiça.