Justiça impede mandados coletivos de busca e apreensão na Cidade de Deus

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Publicado sexta-feira, 25 de novembro de 2016 as 15:44, por: CdB

A autorização foi expedida pelo Plantão Judiciário no início desta semana, após a queda de um helicóptero que resultou na morte de seus quatro ocupantes

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:

As polícias civil e militar não têm mais autorização para fazer buscas e apreensões coletivas em casas e apartamentos na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro, sem que estejam amparadas por mandados individuais.

As polícias civil e militar não têm mais autorização para fazer buscas e apreensões coletivas em casas e apartamentos na Cidade de Deus
As polícias civil e militar não têm mais autorização para fazer buscas e apreensões coletivas em casas e apartamentos na Cidade de Deus

A autorização foi expedida pelo Plantão Judiciário no início desta semana. Após a queda de um helicóptero que resultou na morte de seus quatro ocupantes. Depois de uma ação contra o tráfico de drogas na comunidade.

A decisão é da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em resposta ao habeas corpus coletivo impetrado pela Defensoria Pública do Rio. Contra as buscas e apreensões nas casas de quatro localidades da comunidade.

As revistas vinham sendo realizadas desde a última segunda-feira com base em mandado coletivo. Sem prazo determinado, expedido em primeira instância a pedido da Polícia Civil.

Mandados recolhidos

Na decisão, a desembargadora Denise Vaccari Machado Paes relata ter sido informada pelo delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Combate às Drogas. Que a operação que havia motivado o pedido já estava encerrada e que os mandados haviam sido recolhidos.

No entanto, informações que chegaram à Defensoria davam conta de que policiais militares continuavam fazendo as revistas nas casas com base na decisão.

PM

Em sua despacho. A desembargadora Denise Paes determina que seja encaminhado ofício ao Comando da Polícia Militar. Dando ciência de ter sido concluída pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro a medida de busca e apreensão deferida judicialmente.

A ação da Defensoria foi movida pelos núcleos de Defesa dos Direitos Humanos, Contra a Desigualdade Racial e pela Coordenadoria de Defesa Criminal.

O defensor público Daniel Lozoya, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos. Ele disse que “não podemos aderir ao discurso de estado de exceção para admitir medidas. Que legitimam a suspensão de garantias fundamentais em territórios marginalizados.

Os estratos sociais mais vulneráveis, seja pela violência ou pela pobreza, merecem respeito de seus direitos constitucionais. A devassa domiciliar generalizada e indiscriminada, autorizada pelo Judiciário. É medida inconcebível no Estado Democrático de Direito. Fica difícil sustentar que a Constituição é levada a sério para todos e em todo território nacional”.