O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, viaja amanhã, quinta-feira, para a China acompanhado por 270 empresários e vários governadores provinciais buscando aumentar os laços comerciais com o país asiático.
A comitiva que acompanhará Kirchner é maior já organizada na Argentina para promover os negócios internacionais, o que demonstra que a conquista do mercado chinês é uma das prioridades do país sul-americano, disseram à EFE fontes oficiais.
Kirchner, que fará sua visita oficial entre os dias 27 de junho e 2 de julho, procura transformar a China em um dos maiores parceiros comerciais da Argentina por meio da associação de empresas dos dois países e investimentos recíprocos, informaram.
A meta é melhorar o perfil das exportações ao país asiático com uma maior participação das vendas de maquinário agrícola, alimentos e outras manufaturas.
Também se buscará acordos de investimentos chineses em obras de infra-estrutura, especialmente em ferrovias, acrescentaram os porta-vozes.
As exportações argentinas para a China aumentaram em 125 por cento no ano passado, chegando aos 2,73 bilhões de dólares, mas em sua maioria de produtos agropecuários, como a soja e carne bovina, ou matérias-primas, disseram.
A comitiva argentina “está diante de uma grande oportunidade” de fazer bons negócios com a China, destacou o empresário têxtil José Ignacio de Mendiguren, que foi ministro da Produção em 2002, depois de presidir a União Industrial Argentina, a maior patronal do país.
“Cerca de 300 milhões de pessoas, 25 por cento da população chinesa, precisa, de alimentos com melhor qualidade”, comentou, referindo-se à oportunidade de exportar produtos elaborados com carne bovina, de porco e de ave.
De Mendiguren ressaltou que a China “cresce sem interrupção há 20 anos” e “é o mercado mais promissor” para a expansão das exportações argentinas entre todos os países do sudeste asiático.
A China “tem interesse em maquinário agrícola porque suas propriedades de cultivo são, em média, de 30 ou 40 hectares e necessitam de tecnologia fácil de ser utilizada”, afirmou.
Os empresários que farão parte da delegação presidencial pertencem a grandes empresas dos setores alimentício, petroleiro, da construção civil, têxtil e de vestuário, entre outros.
Embora a China seja o maior fabricante mundial de produtos têxteis, sua indústria necessita de matérias-primas que a Argentina pode oferecer, segundo fontes empresariais.
Graças a um convênio multilateral, a Argentina é um dos poucos países que pode importar teares e equipamentos têxteis da China, que são um terço mais baratos que os europeus, outro assunto que interessa aos empresários argentinos.
Depois de sucessivos déficits no comércio bilateral na década passada, em 2003 a Argentina exportou 2,73 bilhões de dólares e comprou 447,2 milhões de dólares em manufaturas do país asiático, segundo dados oficiais.
As estatísticas mostram que as exportações argentinas para a China aumentaram 125 por cento, enquanto as vendas do país asiático ao sul-americano subiram 80 por cento, comparados os números do ano passado com os de 2002.
Neste sentido, Mendiguren lembrou que a Argentina tem grande chance de ganhar mais espaço no comércio bilateral, tendo em vista que as importações da China superaram 295 bilhões de dólares no ano passado.
Kirchner viajará para a China acompanhado pelos ministros das Relações Exteriores, Rafael Bielsa, da Economia, Roberto Lavagna, e do Planejamento, Julio de Vido, entre outros funcionários, além de vários governadores provinciais.
Kirchner se reunirá com o presidente chinês, Hu Jintao, com o primeiro-ministro, Wen Jiabao, e visitará Xangai, considerada o principal centro econômico e de negócios do país asiático.
A visita de Kirchner, a terceira de um governante argentino à China desde 1996, coincide com a reunião que negociadores do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) realizarão com os chineses, entre os dias 30 de junho e 1 de