Lava Jato teria tentado usar programa espião; MPF nega

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Publicado Terça, 27 de Julho de 2021 às 13:17, por: CdB

A ferramenta israelense virou notícia no mundo, há dez dias, por ter sido utilizada por governos para espionar jornalistas, ativistas e inimigos políticos de chefes de Estado. Segundo um consórcio de 17 jornais de dez países, ao menos 180 jornalistas teriam sido monitorados.

Por Redação - de Brasília
As revelações da Operação Spoofing, da Polícia Federal (PF), que desventou o interesse de integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato no programa de espionagem cibernética Pegasus evidenciam que se buscou uma “atuação paralela”, feita de forma clandestina. A afirmação é do advogado e doutor em Ciência Política Jorge Rubem Folena de Oliveira à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA), nesta terça-feira.
lavajatovazamento.jpgLava-Jato
Ex-coordenador da força-tarefa da , o procurador Deltan Dallagnol é alvo de uma reclamação disciplinar no CNMP
A ferramenta israelense virou notícia no mundo, há dez dias, por ter sido utilizada por governos para espionar jornalistas, ativistas e inimigos políticos de chefes de Estado. Segundo um consórcio de 17 jornais de dez países, ao menos 180 jornalistas teriam sido monitorados. — É assustador a existência desse programa, pois coloca um fim na intimidade das pessoas — alertou Folena.

Tempo real

De acordo a petição protocolada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as mensagens de chats entre membros da Lava Jato citam uma reunião entre procuradores do Rio de Janeiro, de Curitiba e representantes de uma empresa israelense que vendia uma “solução tecnológica” que “invade celulares em tempo real”. Folena lembra que, em julho do ano passado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba investigou milhares de pessoas e funciona como uma “caixa de segredos”. Segundo ele, a operação tem mais dados armazenados do que todo o sistema do Ministério Público Federal.  — Aras havia dito ainda que mais de 30 mil brasileiros foram investigados sem que soubessem. 

Nota do MPF

Ou seja, foram operações clandestinas e ilegais. Uma entidade do Estado queria atuar de maneira paralela, usando a espionagem. E sabe qual dinheiro seria usado pra isso? Aquele dos acordos de leniência. Isso tudo é escandaloso, grave, pois viola as normas do Ministério Público e a legislação brasileira — criticou o advogado. Ele acrescenta que os integrantes da Lava Jato sejam responsabilizados judicialmente por seus atos. — Está claro que praticaram violações criminais, civis e administrativas. Hoje, estão se escondendo para não responder na Justiça. Essas graves violações precisam ser responsabilizadas por tudo que causaram ao Brasil — acrescentou Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) nega que os procuradores que integraram a força-tarefa do caso Lava Jato, no Paraná, negociaram a contratação do programa de espionagem Pegasus, do NSO Group. “Jamais houve aquisição ou uso clandestino de qualquer sistema pela força-tarefa da operação Lava Jato. A verdade é que o sistema Pegasus da empresa NSO Group não foi adquirido pelo Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR)”, resume o comunicado do MPF.
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