Líder declara Catalunha independente

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Publicado Terça, 10 de Outubro de 2017 às 12:16, por: CdB

Carles Puigdemont fala ao Parlamento regional em Barcelona em meio à crescente pressão para que desista do plano de declarar a independência da Catalunha da Espanha. Sessão começa com uma hora de atraso

Por Redação, com DW - de Barcelona:

O Parlamento da Catalunha abriu nesta terça-feira a sessão na qual poderá ser declarada de forma unilateral a independência dessa região da Espanha. Logo em seguida, o chefe do Executivo da Catalunha, Carles Puigdemont, deu início ao seu aguardado discurso, único ponto da agenda do dia.

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Carles Puigdemont fala ao Parlamento regional da Catalunha

Puigdemont fala aos deputados catalães depois que um referendo de independência, considerado ilegal por Madri; foi realizado em 1º de outubro e cujo resultado o Executivo catalão quer tornar efetivo. A polícia cercou o Parlamento regional catalão, em Barcelona, por questões de segurança.

No início do seu discurso, Puigdemont comentou a violência da polícia contra pessoas que foram votar no referendo. "Todos vimos, o mundo viu. O objetivo não era apenas confiscar urnas, era provocar o pânico generalizado para que as pessoas ficassem em casa e não fossem votar."

Pouco depois do horário previsto para o discurso de Puigdemont, às 18h (13h em Brasília); o início da sessão e a fala do presidente foram adiados em uma hora. Segundo a imprensa espanhola, o atraso se deu por divergências entre Puigdemont e o partido de esquerda CUP, do qual o governo depende.

Nos últimos dias, os pedidos para que Puigdemont abandone seu projeto de declarar unilateralmente a independência vêm aumentando; tanto no âmbito político como no empresarial; e na manhã desta terça-feira foi a vez do porta-voz do Executivo espanhol, Íñigo Mendez de Vigo, pedir a Puigdemont para que não comece "algo irreversível".

Independência

– É um momento de reflexão. Quero pedir ao senhor Puigdemont para que não faça nada irreversível; que não empreenda nenhum caminho que não tenha volta, que não faça nenhuma declaração unilateral de independência; que volte à legalidade, que volte ao diálogo no Parlamento da Catalunha – disse o porta-voz do governo espanhol.

Em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou a Puidgemont para que respeite a ordem constitucional e não faça um anúncio de independência, que dividirá a Espanha. Sublinhando que "são tempos extraordinários para a Catalunha e toda a Espanha", Tusk pediu a Puidgemont que "não anuncie uma decisão que torne o diálogo impossível", referindo-se à necessidade de conversações entre Madri e Barcelona.

Barcelona

Em Barcelona, o governo catalão se reuniu horas antes da sessão no Parlamento regional e o conselheiro da presidência catalã, Jordi Turull, não quis adiantar qual será a proposta que Puigdemont vai apresentar aos parlamentares. No entanto, Turull assegurou que existe um "consenso" no governo regional em torno da declaração que será feita por Puigdemont.

O referendo, considerado ilegal pela Justiça espanhola, deu vitória ao "sim" pela independência, com 90% dos votos. Porém, o comparecimento foi de apenas 43%. Depois do resultado, Puigdemont disse que os catalães conquistaram o direito de ter um Estado independente em forma de república.

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