O principal líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), o economista João Pedro Stédile, conclamou nesta segunda-feira as organizações sociais e políticas do País a se manifestarem a favor da política externa do Itamaraty e contra os segmentos neoliberais que estariam encastelados no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o líder dos sem-terra, as pressões exercidas por estes grupos no interior do governo ‘são comandadas a partir do exterior, configurando uma estreita identificação com todas as mais descabidas exigências de autoridades norte-americanas sobre o Brasil’.
Em carta aberta, Stédile disse que a atual política externa brasileira se caracteriza ‘por uma linha de soberania, de independência e de integração cooperativa com outras nações que tentam resistir à linha de anexação imposta pelos EUA, através da Alca’.
Esta política, segundo o texto, ‘tem buscado corretamente o fortalecimento do Mercosul, a integração com o bloco sul-americano, a ampliação decidida do intercâmbio mutuamente vantajoso com outros parceiros, tais como a China, a Rússia, a Índia, a África do Sul, único modo para a criação de condições para resistir às pressões norte-americanas.’
Os setores contrariados com a política do Itamaraty, segundo o líder dos sem-terra, ‘são os mesmos que defendem a nefasta abertura aos oligopólios produtores de transgênicos, proclamam a autonomia do Banco Central, impedem uma imperiosa investigação sobre as privatizações irregulares, e que apoiaram o processo de desmantelamento do parque industrial brasileiro e do desmonte do Estado’.
São setores ‘que, com sua cegueira e sua ausência de visão estratégica, conduzem o Brasil ao suicídio como país independente’.
Líder do MST conclama defesa política do Itamaraty
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Publicado terça-feira, 14 de outubro de 2003 as 00:49, por: CdB