Líder do PMDB no Senado quer redefinir relações com o governo

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Publicado segunda-feira, 7 de julho de 2003 as 13:18, por: CdB

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), agendou para esta segunda-feira uma reunião com o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (SP), para discutir um novo modelo de relações entre Executivo e Legislativo.

O líder peemedebista considera que o sistema de articulação política do governo é desfuncional e tem criado mais problemas que soluções para o próprio governo.

Segundo Calheiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se saindo bem no exercício do cargo e a área econômica do governo também acertou o rumo para garantir a estabilidade macroeconômica, mas o governo continua batendo cabeça na articulação política.

Calheiros alega que o sistema bicameral não está funcionando como deveria, sobretudo porque não há uma convergência entre os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).

Segundo o líder peemedebista, João Paulo faz o que quer e não comunica a ninguém. Ele lembra que o presidente Lula criou o Conselho Político, que seria formado pelos partidos aliados, mas que nunca se reuniu, e que já houve casos, em reuniões formais dos partidos aliados, em que o PMDB sequer foi convidado.

O PMDB em geral reclama dos acordos feitos com o governo e sacramentados por Lula para que o partido aderisse à base aliada, que não estão sendo cumpridos.

Ao contrário, os peemedebistas dizem que o governo, além de não ter encontrado um lugar de destaque para o partido no ministério, estimula militantes do PT a trabalharem pela deposição do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, eleito pelo PMDB.

Há seis meses, Roriz, segundo eles, não consegue sair às ruas sem ser assediado ou vaiado, como ocorreu recentemente com sua vice-governadora, Maria da Abadia, dentro do próprio Palácio do Planalto.

A gota d´água do descontentamento do PMDB foi o comentário do presidente Lula, num evento recente, de que esperava que o ex-deputado Geraldo Magela, do PT, venha a se tornar logo governador de Brasília, o que ocorreria se o mandato de Roriz fosse cassado pela Justiça.