Marwan Barghouthi, um líder palestino condenado à prisão perpétua por Israel e bastante popular entre seu povo, decidiu se candidatar à eleição presidencial marcada para janeiro, declarou uma autoridade do Fatah na quinta-feira.
A candidatura de Barghouthi representaria um desafio dramático ao principal candidato palestino, Mahmoud Abbas, um ex-premiê moderado.
“Ele decidiu concorrer à Presidência”, afirmou a autoridade, que declarou ter conversado com o advogado de Barghouthi. “Um comunicado oficial será dado nesta quinta-feira”, disse.
O advogado de Barghouthi, Khader Shqeira, se recusou a comentar o assunto com a Reuters.
Barghouthi, de 45 anos, foi a principal voz de um levante por um Estado palestino independente depois que as negociações de paz fracassaram em 2000. Ele sempre foi visto como um sucessor potencial de Yasser Arafat, que morreu no dia 11 de novembro.
Abbas, de 69 anos, assumiu a liderança da Organização para Libertação da Palestina (OLP) depois da morte de Arafat. Ele pediu o fim da revolta, mas lhe falta uma base popular forte.
Uma corte israelense condenou Barghouthi em junho à prisão perpétua, acusando-o pelo assassinato de cinco israelenses em um confronto com militantes.
Barghouthi negou as acusações, dizendo que era um líder político e não se envolvia com a violência. Ele pediu um acordo final de paz com Israel.
Questionado no início da semana se Israel iria considerar a possibilidade de libertar Barghouthi caso ele concorra à presidência palestina em 9 de janeiro, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom, respondeu: “Barghouthi foi condenado à prisão perpétua e deve permanecer preso porque foi responsável pela morte e assassinato de tantos israelenses”.
Preso várias vezes por Israel por ativismo nacionalista antes do levante, Barghouthi aproveitou o tempo gasto na prisão para aprender hebraico, língua que fala quase com perfeição.