Líderes europeus chegam a um impasse sobre gastos com a pandemia

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Publicado Domingo, 19 de Julho de 2020 às 10:58, por: CdB

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou em comunicado que um acordo pode ser inalcançável no momento. O seu colega austríaco, Sebastian Kurz, mais otimista, disse que é possível chegar ao acordo, mas que ainda “há um caminho pela frente”. A retomada das negociações, na capital belga, foi atrasada até pelo menos às 16h (no horário local).

Por Redação, com Reuters - de Bruxelas
Um plano da União Europeia para impulsionar as economias abaladas pela pandemia de coronavírus entrou em impasse neste domingo, o terceiro dia de reuniões entre os membros, em meio a debates entre os líderes sobre a quantidade de gastos necessária para combater a crise. A retomada das negociações, na capital belga, foi atrasada até pelo menos às 16h (no horário local), enquanto os 27 Estados-membros buscavam um acordo com os países nórdicos.
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Chanceler alemã, Angela Merkel, usou máscara durante todo o tempo em que esteve reunido com seus colegas europeus
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou em comunicado que um acordo pode ser inalcançável no momento. O seu colega austríaco, Sebastian Kurz, mais otimista, disse que é possível chegar ao acordo, mas que ainda “há um caminho pela frente” em termos de negociações no encontro, no qual todos os participantes usavam máscaras de proteção. Sobre a mesa, está um pacote de 1,8 trilhão de euros para o próximo orçamento de longo prazo da UE, além de um fundo de recuperação para ajudar a Europa a sair de sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Pontos polêmicos O fundo, que prevê 750 bilhões de euros e que seria obtido no mercado de capitais pela Comissão Europeia, braço executivo da UE, teria como foco principal os países mediterrâneos, que foram muito impactados pela crise. Há dois pontos polêmicos: o tamanho do fundo e a divisão dele entre doações e empréstimos. Os países contrários, liderados pela Holanda, tentam limitá-lo, em uma disputa que salienta bem as diferenças entre o norte e o sul da Europa. Há também dificuldade de acordo sobre ajudas no orçamento da UE para os países mais ricos, e um novo mecanismo legal que poderia interromper o auxílio para países que desrespeitam princípios democráticos. Sérias questões O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, cujo país se recuperava de uma crise fiscal que durou uma década quando a pandemia eclodiu, fez um apelo por unidade, dizendo que a UE não pode parecer “dividida ou fraca”. Para alguns analistas, o encontro é um momento decisivo em quase 70 anos de bloco, e uma eventual incapacidade de se chegar a um acordo em meio a uma crise econômica e de Saúde sem precedentes pode levantar sérias questões sobre a viabilidade da União Europeia. Há inclusive especulações entre os diplomatas da UE de que as negociações podem avançar até segunda-feira, embora seja mais provável que haja um novo encontro neste mês caso um acordo não seja alcançado.
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