O PDT, do ex-governador Ciro Gomes, tentou, sem sucesso, o apoio de legendas conservadoras, mas estas migraram para o ninho tucano.
Por Redação – de São Paulo
Na corrida contra o tempo, os partidos do campo das esquerdas tentam, ainda sem sucesso, promover um entendimento capaz de superar as candidaturas já cristalizadas na direita, com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), e na extrema direita, com Jair Bolsonaro (PSL). A principal dificuldade está entre aqueles partidos que já lançaram seus candidatos.

O PDT, do ex-governador Ciro Gomes, tentou, sem sucesso, o apoio de legendas conservadoras, mas estas migraram para o ninho tucano. O movimento o afastou da centro-esquerda que, até agora, não sabe se contará com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cédula eleitoral. A tendência de que seja barrado, nos tribunais eleitoral e de Justiça, segue majoritária.
Coalizão
O PCdoB, por sua vez, lançou a candidatura de Manuela D’Ávila, e tenta, agora, encontrar uma alternativa para justificar a chamada à coalizão de esquerda. Sob forte pressão dos setores que apostam em uma aliança com o PDT, o discurso pela unidade parece sem sentido.
Na noite passada, contudo, o Comitê Central do PCdoB reafirmou que a estratégia eleitoral para derrotar a direita nas eleições de outubro está na unidade.
“O PCdoB reafirma a convicção de que a estratégia política da esquerda e das demais forças democráticas, populares e patrióticas deve ter por centro a vitória eleitoral em outubro, o que exige marcharem unidas desde já”, afirma nota divulgada pelo partido.
Nota do PCdoB
No documento, o PCdoB conclama “o PT, PDT, PSB, PSOL e demais forças progressistas a construírem a unidade, já no primeiro turno, para vencer as eleições, derrotar a agenda neoliberal e neocolonial de Alckmin, Temer e Bolsonaro, retirar o Brasil da crise e encaminhá-lo a um novo ciclo de desenvolvimento soberano com geração de empregos, distribuição de renda e direitos”.
Leia, adiante, a nota do PCdoB:
“PCdoB conclama PT, PDT, PSB e PSOL: Unidade desde já
“Aberto o calendário das convenções partidárias, vem à tona uma nítida orquestração das forças conservadoras que entronizaram o desastroso governo Temer para tentar vencer as eleições presidenciais com uma candidatura do consórcio golpista.
“Desenha-se uma coesão do campo político da direita e centro-direita em torno do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Faz parte dessa orquestração tentar isolar o candidato do PDT, Ciro Gomes, e, também, concorrentes do tucano pertencentes ao seu espectro político. E, ainda, manter a candidatura do MDB, Henrique Meirelles, com o intuito de descolar Alckmin de Temer.
“Não se deve subestimar esse movimento de reforço a Alckmin, nem o candidato de matiz fascista Jair Bolsonaro; mas a disputa presidencial está longe de estar definida. Seguirá acirrada e de resultado incerto, mesmo com o líder das pesquisas, o ex-presidente Lula, mantido arbitrariamente encarcerado.
Marcha unida
“O PCdoB prossegue a luta pela liberdade do ex-presidente e pelo seu legítimo direito de ser candidato. Alckmin carregará nos ombros, mesmo que se esquive, o governo que imputou grande sofrimento e tragédias ao nosso povo; e seu programa é antinacional, antipopular e autoritário.
“Neste cenário, o PCdoB reafirma a convicção de que a estratégia política da esquerda e das demais forças democráticas, populares e patrióticas deve ter por centro a vitória eleitoral em outubro, o que exige marcharem unidas desde já.
“Para isto, o PCdoB conclama o PT, PDT, PSB, PSOL e demais forças progressistas a construírem a unidade, já no primeiro turno, para vencer as eleições, derrotar a agenda neoliberal e neocolonial de Alckmin, Temer e Bolsonaro, retirar o Brasil da crise e encaminhá-lo a um novo ciclo de desenvolvimento soberano com geração de empregos, distribuição de renda e direitos.
Lula livre
“Da parte do PCdoB, reiteramos que Manuela D’Ávila, que segue com sua exitosa pré-campanha, renovará seu empenho para que se viabilize a união do campo progressista, condição imperativa para que alcancemos a quinta vitória do povo.
São Paulo, 22 de julho de 2018
“Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)”.
O PSOL, por último, segue adiante com a candidatura própria, do cientista social Guilherme Boulos, com apoio do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sua inflexão junto aos eleitores, porém, permanece mínima, com perto de 1% dos votos previstos.
Boulos, no entanto, defende o direito de o ex-presidente Lula disputar as eleições, em liberdade.