A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, terceiro maior parceiro comercial do Brasil, resultará na assinatura de dez contratos de cooperação entre empresas dos dois países. O presidente estará em território chinês entre 23 e 27 de maio.
O principal acordo será assinado entre a Telemar e a China Telecom e China Mobile para a criação de uma rota direta de telefonia em longa distância e uma cooperação de “roaming” com a Oi, subsidiária móvel da empresa brasileira. A Telemar não quis divulgar o valor do investimento e qual seria o aumento projetado da receita após a conclusão do negócio.
Segundo o subchefe da Divisão de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Rodrigo Azevedo dos Santos, os outros acordos passam pelo desenvolvimento do comércio de commodities, como ferro, algodão, açúcar, além de cooperações tecnológicas, entre elas, para motores movidos a álcool.
A Petrobras e a estatal chinesa Sinopec confirmaram acordo já assinado para a exploração conjunta de petróleo, principalmente no Irã e no Equador.
O embaixador Edmundo Sussuno Fujita, chefe do Departamento de Ásia e Oceania do Itamaraty, destacou que a China tem grande interesse nas políticas de desenvolvimento do Brasil e na tecnologia de geração de energia elétrica.
“A China está interessada na experiência de desenvolvimento que o Brasil introduziu, particularmente na malha viária. E os chineses têm muito interesse em nossa tecnologia de hidrelétricas”, afirmou.
Haverá ainda uma discussão inicial sobre uma cooperação Mercosul e China. Depois de um mês da visita do presidente, haverá um encontro entre empresários chineses e do Mercosul para debater cooperação comercial, de acordo com o Itamaraty.
Além dos sete ministros da comitiva presidencial, estão inscritos 574 empresários, mas 332 confirmaram presença. A expectativa do Ministério das Relações Exteriores é de comparecimento de um número superior a 400 empresários.
O presidente Lula fará um convite ao presidente da China, Hu Jintao, para participar da cúpula sobre combate à fome mundial, que ocorrerá em paralelo à Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) em setembro.